VIVENDO A LOGÍSTICA

O PAÍS DO CAMINHÃO, NÃO TEM RODOVIAS

Parece que estou falando nos dias atuais, pois desde que há alguns anos o presidente da NTC & Logística, Dr. Geraldo Viana criou a expressão “APAGÃO LOGÍSTICO”, a cada dia mais a mídia tem mostrado o estado crítico das rodovias brasileiras.

Mas na verdade este artigo que eu escrevi FEVEREIRO DE 1992!  NEM PARECE QUE SE PASSARAM 15 ANOS.

A falta de investimento na malha rodoviária brasileira leva a uma previsão de caos para os próximos anos.

Não é com o que está aí (artérias importantes como as ligações para o Sul e Bahia, por exemplo, no limiar da intensidade de tráfego) que o país vai se desenvolver. No quadro atual, é impossível até de se imaginar que as rodovias brasileiras venham a suportar a própria expansão do crescimento vegetativo da população e o conseqüente aumento de consumo e da necessidade de transporte.
Mercadorias têm de ser transportadas porque não são produzidas onde são vendidas. Existe toda uma malha de transferência, pois tanto as fabricas estão espalhadas como os pontos de consumo.
A malha rodoviária interligando os Estados nem sempre é planejada para abastecer os mercados e o que se vê são situações esdrúxulas de se trazer uma mercadoria de Manaus para depois levá-la para o Recife.

Por falar em Manaus, uma mercadoria hoje embarcada naquela cidade 15 dias para chegar a São Paulo. O governo definiu Manaus como pólo gerador de produção através da zona franca, mas não planejou o abastecimento de matérias primas nem como suprir os mercados com seus produtos acabados.

O planejamento é um desafio para o governo, já que a vocação rodoviarista do Brasil não se vai inverter e 70% do que se produz aqui continuara a ser transportado pelos caminhões. O planejamento do transporte fatalmente ira levar a intermodalidade, que é irreversível no Brasil – a questão não é só dar estradas para o caminhão rodar, é, também, dar condições que permitam ás mercadorias serem levadas um ponto a outro, já que nem sempre o caminhão vai a todos os pontos ou é desejável que vá.
Fora esse aspecto de planejamento, as estradas precisam ser dotadas de equipamentos de segurança e apoio ao sistema de transporte para permitir o rastreamento da carga. Hoje uma carga embarcada em Porto Alegre com destino a Fortaleza não tem como ser visualizada ao longo da viagem.
No país do caminhão, é pura ignorância pensar em desenvolvimento sem um sistema de rodovias que permita o escoamento da produção. É preciso ter a esperança de que o governo tenha a visão de que o progresso do Brasil é transportado por caminhões e veículos e necessitam de estradas para rodar.

 J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

LAST MILE – O PONTO SENSÍVEL DA LOGÍSTICA

Na longa caminhada da transformação de matéria prima em produto acabado, passando por toda a cadeia de abastecimentos atacadistas, distribuidores e supermercados e pequeno varejo produto final até chegar à nossa casa. Nós temos evidentemente uma longa caminhada, no entanto essa longa caminhada a logística vai se transformando, ela vai mudando a sua característica, a sua importância o seu valor o custo.

Mas em especial, eu quero falar sobre aquilo que em inglês se chama de “Last Mile”, ou seja, a última milha, o último passo, a última parte, até que o produto chegue ao usuário final, quer seja o cliente indústria, quer seja o consumidor. Mas este “Last mile”, essa última parte, o último pedaço da logística certamente é a mais sensível. É a mais sensível porque ela que impacta na satisfação do cliente, e no fluxo de caixa da empresa, porque é neste momento que é feita a entrega de um produto é que se configura se consolida uma venda. E a venda que se transforma numa nota fiscal, numa fatura e a partir daquele momento da entrega da fatura é que começa a correr o prazo de pagamento.

Portanto, você nunca pensou nisso PENSE que esse “last mile” na relação da indústria com o varejo, por exemplo, ela é muito importante no Cash Flow na relação varejo com o consumidor.  É aquela entrega que você programou de fazer num horário não fez e deixou seu consumidor insatisfeito.

Portanto preste atenção este “Last mile” esse último pedaço da logística é a mais sensível, não digo que é mais importante talvez seja a mais importante pra muitos de vocês.

J.G.VANTINE