VIVENDO A LOGÍSTICA

SISTEMA LOGÍSTICO – DISTRIBUIÇÃO FISICA

A distribuição física é o subsistema mais complexo da cadeia logística . Tanto, que durante muitos anos foi confundida com o próprio sistema. De um lado, tem que cobrir todas as etapas que ligam a produção ao consumidor final:estocagem, armazenagem, embalagem e transporte . De outro, acrescenta custos que não trazem qualquer alteração ao valor do produto. Como custo de capital , temos i nvestimentos em armazéns, veículos e equipamentos de movimentação. Como custos operacionais, mão–de–obra, combustíveis, manutenção de estoques, veículos e equipamentos . Vem dessas características e do papel que desempenha na relação empresa/consumidor, a necessidade de racionalização de suas operações. A distribuição física é responsável, afinal, por:

        Equilíbrio entre a oferta e a demanda.

        Manutenção de um fluxo contínuo de escoamento, de forma a preservar a imagem e credibilidade do produto, produtor e distribuidor.

        Manutenção do produto em perfeitas condições durante todo o tempo necessário à sua comercialização.

        Dificultar a concorrência através do planejamento para exploração de novos mercados.

O projeto de distribuição física é definido por fatores como localização geográfica do mercado consumidor, quantidade de clientes, números e volume de pedidos, características e variedades de itens fornecidos. Uma montadora de autopeças na região do ABC certamente terá um projeto logístico de distribuição física mais simples que o de uma produtora de gêneros alimentícios perecíveis que abastece a rede varejista em todo o território nacional. Ela fornece grandes lotes a um pequeno número de clientes – a indústria automobilística – geralmente também concentrada na região do ABC. Já a produção de gêneros alimentícios tem que considerar a dispersão geográfica e os diferentes portes de compradores e adotar medidas que evitem a deterioração dos produtos também durante longos percursos.

Provavelmente, montarão centrais de distribuição regionais , de forma a reduzir seus custos de transportes e aumentar a segurança do abastecimento em locais mais distantes .  

Pode-se dizer, portanto, que a distribuição é o planejamento do abastecimento de clientes, filias e depósitos, visando assegurar um máximo de vendas. Por isso, deve responder a três perguntas:

        Quanto distribuir? – problemas de lote econômico que veremos no próximo item.

        Onde distribuir? – programação de remessas

        A quem distribuir? – transporte, estocagem e rede de revenda.

Na moderna administração da distribuição física, foi introduzido um excelente instrumento para gerenciamento de dados e informações possível pela evolução da computação, denominando DRP – Distribuition Resources Planning , que coordena todas as operações, incluindo:

        Volume de vendas;

        Controle de estoque;

       Planejamento de estocagem;

        Ordenação de pedidos;

        Acumulação de pedidos;

        Cálculo de fretes;

       Definição de rateamento econômico;

Cálculo de necessidade de transporte.

Continuamos na próxima edição


PONTO DE VISTA

 

A GUERRA FISCAL E O CUSTO TOTAL DE LOGÍSTICA

É de nossa cultura nacional aceitar que há leis que “pegam” e outras que “não pegam”. As leis relacionadas com impostos sempre “pegam”. Considerando que a maioria de parlamentares tem formação jurídica, esse emaranhado de burocracia ou “formalidades essenciais” como queira chamar, pode ter origens bastante curiosas e motivadas no mínimo, por interesses regionais.

A distribuição da riqueza nacional com os estados em desenvolvimento também serve de álibi aos protagonistas, agentes ativos dos benefícios e incentivos.

A necessidade de desenvolvimento urbano no interior do país, interior econômico, não apenas geográfico, também fornece elementos para a criatividade no campo dos incentivos.

Estas observações e outras mais compõem o cenário onde se desenrolam as batalhas. Sem entrar no mérito da questão, como fica o Custo Logístico, especialmente de Transporte ? Como fica a imagem do Brasil nos países de primeiro mundo que têm muitas filiais no Brasil? Como fica o volume de tráfego desnecessário? Como custear a manutenção das estradas?

O elevado custo logístico está sendo compensado pelo custo dos produtos, na conta dos incentivos.

O Brasil já perdeu e continua perdendo oportunidades cruciais para efetuar reformas sérias em diversos campos governamentais. Ninguém se engane e nem se assuste com a possibilidade de perder os pontos conquistados. A situação atual perdurará e creio que a razão dos incentivos está fundamentada na seguinte observação:

“A carga tributária, no caso a alíquota do ICMS, é tão elevada que permite “descontos” e incentivos financeiros concedendo aos estados em desenvolvimento, mesmo assim, usufruírem de boa parcela do recolhimento.”

C.B.Marra