16/03/2006 – PBR: UMA HISTÓRIA CONTADA POR QUEM VIVEU (continuação) / A GUERRA DOS PORTOS
VIVENDO A LOGÍSTICA
PBR: UMA HISTÓRIA CONTADA POR QUEM VIVEU (continuação)
Como sempre afirmamos, para o desenvolvimento do PBR, no final da década de 1980 e início da de 1990, contei com o apoio fundamental da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados,através de Levy Nogueira e Sergio Dória, então presidente e superintende da entidade.
Veja a seguir mais depoimentos.
LUIZ TADASHI WATAI
“Depoimento do ponto de vista técnico sobre o Palete PBR
Desde o início do desenvolvimento dos paletes PBR, foram considerados como essenciais para seu sucesso a compreensão e o respeito, por parte dos fabricantes e usuários dos referidos paletes, das características técnicas especificadas, tais como: espécie de madeira e dimensões mínimas das peças componentes, tolerância quanto aos defeitos naturais e de processamento dessas peças e dos detalhes construtivas/ tipos e quantidade de conectores metálicos aplicados etc. Tanto o sistema de controle de qualidade dos paletes bem como os cuidados do seu manuseio por parte dos usuários são fatores que foram também sempre considerados preponderantes para o sucesso e manutenção do projeto ao longo do tempo.”
SÉRGIO DÓRIA
“O que seria da Logística em nosso País não fora a visão estratégica e de longo prazo, aliada ao idealismo do grupo de Cidadãos que lá pelos idos de 1987,desafiaram, sob a liderança de José Geraldo Vantine, o caos então estabelecido pela absoluta falta de normas e padrões.Com empenho destas pessoas foi possível padronizar, dentre mais de 1200 modelos então existentes, o Palete PBR, tal trabalho concluído em 1990, se constituiu em verdadeiro legado para desenvolvimento da logística moderna e antecipou a história do sucesso da distribuição no Brasil.
Como testemunha de todo processo ressalto que este importante capítulo da história da Logística foi escrito graças ao empenho e abnegação de J.G. Vantine, Paulo Lima, César Canoso, Brambila, Amélio Fabbro, Luis Tadashi, dentre outros.”
CESAR CANOZO (Atualmente Diretor da Fort Paletes)
“O grupo de trabalho criado em 1988 na ABRAS denominado de GPD (Grupo Paletes de Distribuição)/ABRAS – de aproximadamente 15 pessoas – todas diretamente ligadas ao setor – demonstrou na época muita dedicação e entusiasmo a fim de levar o projeto a frente, foram quase dois anos de muitos estudos e testes práticos.
Participar do grupo de estudos para criação do palete Padrão PBR foi sem dúvida nenhuma uma experiência marcante, o orgulho aflora mais ainda quando vejo que o projeto foi em linhas gerais marcante para a história logística do país, sendo o palete PBR hoje o mais utilizado em toda a cadeia de distribuição.
Com a experiência de fabricante de paletes de madeira até os dias de hoje, posso afirmar queo PBR é o desenho mais funcional, de maior resistência e a forma mais inteligente de se controlar o fluxo da distribuição de cargas.”
PONTO DE VISTA
A GUERRA DOS PORTOS
Há cerca de onze anos, mais especificamente em 1995, foi criada a Lei dos Portos Secos,na época chamados de EADI – Estação Aduaneira Interior.
O Governo Federal baixou um decreto no finalzinho de 2005 modificando o critério de concessão das EADIs ou Portos Secos. Na verdade, precisamos de mudança nessa questão da legislação, pois ela é muito controversa: de um lado, permite ao Governo conceder o Porto Seco a qualquer empresa brasileira, mas, de outro lado, também permite que determinados segmentos do Governo Federal criem cartórios.
Não é esse, contudo, o problema principal, e creio até que os mais de 60 Portos Secos do Brasil nem precisariam pressionar por mudanças na legislação. O que é preciso entender é que não podemos improvisar. O Brasil, em vários segmentos, nos últimos anos, tem demonstrado muito pouca capacidade de adaptação à competitividade em relação a outros países que estão emergindo no cenário internacional, como Índia, China e Rússia, que formam – junto com o Brasil – a sigla BRIC. Parece-me agora que estamos caminhando para que o “B” fique de fora e reste apenas a sigla RIC, por causa de situações como essa, das EADIs. Porque o Governo Federal, em vez de trazer instrumentos que agilizem a logística nacional e internacional, procura buscar soluções onde não existem problemas, e os reais problemas persistem.
Portanto, fica aqui o meu convite a você, para que raciocine um pouco nesses termos everifique que a antiga EADI, hoje Porto Seco, é um excepcional instrumento para as exportações.
J.G.Vantine