18/04/2007 – LEVANDO A NOSSA LOGÍSTICA PARA ARGENTINA, BEM ANTES DO MERCOSUL / ECOLOGÍSTICA: LIGAÇÃO ENTRE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E LOGÍSTICA
VIVENDO A LOGÍSTICA
LEVANDO A NOSSA LOGÍSTICA PARA ARGENTINA, BEM ANTES DO MERCOSUL
Eu e Paulo Lima, na época Diretor de Distribuição do Pão de Açúcar, conduzíamos o Comitê de Logística da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercado, e participamos das Jornadas Supermercadismo, na cidade de Rosário, Argentina.Vejam um pouco desta história para entender a Logística de hoje.
Jornadas Supermercadismo – Argentina
J.G. Vantine.
PONTO DE VISTA
ECOLOGÍSTICA: LIGAÇÃO ENTRE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E LOGÍSTICA
Jamais a história da humanidade registrou preocupação tão intensa com a preservação do meio ambiente, apesar do homem continuar agredindo-a.
Posso, sem margem de erro, afirmar que a preservação do meio ambiente está diretamente ligada a sistemas logísticos, os quais devem contemplar análises mais sérias e menos hipócritas do que já se viu até agora:
Para os leitores não especialistas, fica um pouco difícil entender qual o impacto da logística no meio ambiente. Assim é conveniente conceituar a logística como uma atividade de administração que cuida do gerenciamento de materiais e produtos em geral, envolvendo, entre outras atividades, transporte, movimentação, armazenagem e embalagem.
A embalagem é elemento que merece profunda e especial atenção, principalmente devido a dois preocupantes fatores:
- O desenvolvimento e projeto adequados à efetiva necessidade do produto contido, de forma a evitar que as ações geradas pelo transporte ou armazenagem não causem avarias à embalagem – produtos químicos, petroquímicos, farmacêuticos, etc – exigem embalagens especiais, as quais possuem normas internacionais nem sempre cumpridas pelas empresas;
- A necessidade de restrição sobre o uso de certos materiais de embalagem, dando absoluta preferência aos recicláveis e biodegradáveis.
Só que a reciclagem das embalagens usadas impõe um novo enfoque logístico, ou seja, é necessário captar em um ponto e transferir a outro. Este é um novo papel das empresas de supermercado, pois elas se constituem no principal vetor de geração de lixo, devendo de forma séria e responsável também se transformar em vetor de coleta. Para isso, não basta a retórica do discurso. É preciso ação planejada.
No campo dos transportes, dois fatores devem ser evidenciados:
- A poluição ambiental pela emissão de gases gerados pela combustão incompleta, absolutamente comum no País, apesar de proibida por lei – não cumprida por ninguém no transporte de passageiros;
- A contaminação dos recursos naturais como conseqüência de cargas desprotegidas. São cada vez mais comuns casos de caminhões com produtos químicos que se acidentam e contaminam rios; ou navios petroleiros profanando os mares.
No que diz respeito à movimentação e armazenagem, destaca-se fator de extrema importância:
- Quem não se lembra do caso Césio, em Goiânia? Faltam os cuidados necessários e a utilização de técnicas adequadas para o manuseio e estocagem de produtos de alto risco tanto para proteger a saúde do homem como para a preservação dos recursos naturais.
O tema meio ambiente é sem dúvida complexo e multisistêmico, mas a questão fundamental é encontrar o ponto de equilíbrio entre os interesses econômicos e ecológicos. Entre o desejado e o realizado, existe enorme distância, porque entre a teoria e a prática costuma haver imensa hipocrisia (o que se fala não se sustenta no que se faz).
Do ponto de vista econômico, social e cultural, os países desenvolvidos, já tendo agredido fortemente a natureza, lutam para se redimir, por meio de legislação séria e conscientização dos cidadãos. O que não ocorre fora da classificação de Primeiro Mundo, onde as leis são raras e a educação depende de pelo menos mais duas gerações; é preciso agir e saber como usar os instrumentos à disposição. Se tivesse de usar uma frase, talvez utilizaria esta: ecologística, a logística da ecologia.
Preservação do meio ambiente, aquecimento global são temas hoje preocupantes e debatidos no mundo inteiro. Mas, este editorial que você acaba de ler é um artigo meu publicado no Jornal “O Estado de São Paulo” há 15 anos (12/06/92).
J.G.Vantine