19/04/2006 – DISTRIBUIÇÃO URBANA – continuação / ÉTICA NA LOGÍSTICA
VIVENDO A LOGÍSTICA
DISTRIBUIÇÃO URBANA – continuação
É importante ressaltar que em 1990, estávamos vivendo a era (Collor). Se você não viveu, certamente já leu sobre o “plano Collor” e a famosa decisão comandada pela então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello que deixou cada um de nós brasileiros com Cr$50.000,00.
Outro aspecto importante porém menos desastroso daquele ano foi à famosa frase do ex-presidente Collor:“os carros brasileiros são verdadeiras carroças”,criando a partir daí o “ciclo brasileiro da competitividade” (sem saber que naquele momento estava plantando a semente do seu impeachment), pois isso incomodou os poderosos da FIESP. A partir dessa fase histórica sucedeu-se uma reação em cadeia a partir da drástica redução das alíquotas de importação. E neste mesmo ano, os países que formam o G7 deram início ao futuro irreversível do processo da globalização.
Neste cenário, e como vimos nas edições anteriores, a Logística no Brasil vinha lentamente se consolidando, e como afirmei na edição anterior, 1990 foi o ano que marcou a transição. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA, JÁ ESTAVA SENDO TRATADA TÉCNICAMENTE PELAS GRANDES INDÚSTRIAS MULTINACIONAIS E ALGUMAS VEZES DE VAREJO, e representava a“gestão integrada de armazenagem e transporte”. Está avaliação técnica tirada da universidade, trazendo para o meio empresarial desde os modelos matemáticos e:
1) ESTUDOS DE LOCALIZAÇÃO DE FÁBRICAS E DEPÓSITOS
2) DETERMINAÇÃO ÓTIMA DE QUANTIDADE E LOCALIZAÇÃO DE INVENTÁRIOS
3) CÁLCULO DE ROTAS OTIMIZADAS (QUE POSTERIORMENTE DE ORIGEM AOS SOFTWARES DE ROTEIRZAÇÃO).
Houve também um grande palco nos modelos de organização das empresas, passando a existir o“GERENTE DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA”, no lugar de gerente de transportes, chefe de expedição, etc.
Portanto, a distribuição física foi uma história brasileira, o primeiro passo organizado do que seria mais tarde a logística integrada.
Continua na próxima edição
J.G.Vantine.
PONTO DE VISTA
ÉTICA NA LOGÍSTICA
Recentemente, eu estava em visita a um dos diversos clientes da Vantine Solutions, quando começamos a debater a questão da capacidade de carga dos caminhões. Procurei mostrar aos profissionais de nosso cliente que a prática do sobrepeso de carga não se resume a uma questão de segurança, de ameaça à integridade física do motorista e do ajudante, dos outros veículos e de seus passageiros, bem como dos pedestres, sem falar na própria deterioração das vias pelas quais passa o caminhão. Na verdade, trata-se, principalmente, de um problema ético, de respeito à legislação em vigor, que estabelece parâmetros claros para a quantidade de carga que pode circular por veículo.
Esse mesmo cliente, uma grande companhia nacional, resolveu, recentemente, negociar suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Para tanto, teve que se submeter às rigorosas exigências da legislação norte-americana, comprometendo-se a respeitar severas exigências éticas e de preservação do meio ambiente. O fato é que, depois dos escândalos dos balanços fraudulentos (com destaque para o caso da companhia energética Enron), que abalaram a credibilidade da economia dos EUA, o Congresso norte-americano aprovou a Lei Sarbanes-Oxley, estabelecendo rígidos controles para as companhias que queiram negociar suas ações nas bolsas de valores.
Ora, se essa grande empresa cliente da Vantine Solutions – cujo nome preservamos justamente por razões éticas – submeteu-se aos rígidos padrões de comportamento empresarial estabelecidos no exterior, por que agiria de modo diferente no Brasil? Não tem cabimento ser ético nos EUA e ignorar completamente a legislação brasileira!
Assim como os agentes econômicos que atuam no setor de logística devem se opor ao sobrepeso de carga nos veículos, também precisam condenar a prática de suborno de funcionários públicos, de sonegação fiscal e de outros crimes. Não adianta nada a gente reclamar que nossos governantes não são éticos, que se esbaldam na corrupção, se todos nós – particularmente os que atuam no nosso setor – não adotarmos a ética como prática cotidiana, no dia-a-dia de nossas atividades logísticas.
J. G. Vantine