VIVENDO A LOGÍSTICA

1983 – CENTRALIZAÇÃO DE PREPARAÇÃO DE FLV – FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS, E CARNES

O desenvolvimento do varejo como AUTO-SERVIÇO provocou efeitos mais amplos do que o simples “pegue e pague” inicial. A implantação de condições para que o cliente se servisse também na área de perecíveis mexeu com a criatividade de supermercadistas. A utilização de bancas imitando feira livre parecia insuficiente, pois não permitia o auto-serviço conforme conceito original. A expectativa era de que seria possível atender a toda a demanda como auto-serviço, contando com produtos pré-acondicionados em embalagens “futuristas” (bandejas e filmes).

Nestes dias está se discutindo em São Paulo a eliminação do uso dos sacos plásticos que durante poucas décadas foi apontado como solução em embalagens. Aquelas “antiquadas” sacolas de tecido e ráfia estão sendo reeditadas com alguns “looks” e materiais diferentes e outros, nem tanto. Naquela época o esforço das redes de varejo foi desenvolvido em paralelo, com efeito de concorrência para atender o cliente, que já não se chamavam mais de freguês, satisfazendo-o plenamente. Com margem restrita, o segundo passo foi tornar a operação rentável. Assim nasceu a idéia que evolui como conceito para racionalização de custos: a centralização do processo de embalagem. O quanto este conceito se apoiou em experiências de primeiro mundo ficou de certa forma, perdido ou esquecido nesta história.

As operações com perecíveis ocorriam em dois endereços, duas Centrais de Distribuição, sendo, DC – Depósito de Carnes e o D3 – Depósito de Hortifrutigranjeiros (Foto), ambas no bairro do Jaguaré, na capital paulista.

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6As instalações foram reformadas e ampliadas. No caso de hortifrutícolas, o D3 ganhou câmaras frigoríficas refrigeradas, utilizadas também no estoque e distribuição de margarinas, devido à similaridade nos requisitos operacionais. Ganhou também máquinas e demais instalações, conforme figura seguinte, para preparar as bandejas com filme esticável e/ou encolhível conforme o caso. Foi incluído o embalamento de cereais para cooperar com a expansão da incipiente “Marcas Próprias”. Após estudos e ensaios, as carnes ganharam embalagem a vácuo, cuja implantação foi lenta, devido também a gradativa aceitação do mercado.

Era o inicio de uma transformação que continua buscando a melhor relação com o cliente e o sonhado “pegue e pague”. Todos ainda vivenciamos o “pegue+pese+pague”. As regras de proteção ao consumidor, além de outros fatores operacionais colaboram para o processo como está organizado, estando em primeiro lugar, a satisfação do cliente.

Apesar da revolução tecnológica de nossa geração, revolução esta, ainda em andamento, a integração com o cliente e a “descoberta” de suas preferências e expectativas, tem se mostrado como o principal ponto de evolução de tecnologias. Tudo que se faz na Produção e/ou na Logística em qualquer empresa, só faz sentido se “atender os requisitos do cliente, no caso, o consumidor”, além do adequado custo, evidentemente.

C.B. MARRA
Vantine Logistics Solutions


PONTO DE VISTA

INFRAESTRUTURA VERSUS IMPACTO AMBIENTAL: TODOS PERDEM

Num mesmo dia dessa semana (mais precisamente no Dia das Mães) li três matérias em diferentes veículos de informação impressa que me permitem fazer uma reflexão analítica sobre a “difícil convivência” do desenvolvimento com a sustentabilidade ambiental.

Na edição de maio/11 da revista “National Geographic” numa entrevista ali publicada, com um cientista e biólogo de Moçambique, chamado Mia Couto, chamou minha atenção dois trechos. Diz ele: “Nunca abordei o ambiente como um conjunto de passarinhos e borboletas, e sim sua relação com as pessoas, pois a questão ambiental também é social”, depois: “Para mim, não existe ambiente que não seja humanizada e por isso, muitas vezes nossos inimigos são os próprios ecologistas fundamentalistas. Por causa de um sapo ou de uma pequena ave age-se em detrimento do homem”.

No jornal “O Estado de São Paulo” (08/05) li ampla matéria sobre o trecho Norte do Rodoanel de São Paulo, com pouco mais de 44 km que vai ligar os já existentes trechos Oeste e Sul ao Leste que está em fase inicial de construção. Ao todo o Rodoanel terá 177 km. Os primeiros estudos são da década de 80 e já se sabia que o entrave do “Norte” seria a Serra da Cantareira. Não por questão do bioma (tecnologia rodoviária de baixo impacto já foi dimensionada na rodovia dos Imigrantes (São Paulo – Santos), mas principalmente pela proliferação de barracos originados pela invasão de centenas de pessoas. Já cabe a disputa de argumentos: PROTEÇÃO AMBIENTAL OU INFRAESTRUTURA ? Não posso crer que “ecologistas fundamentalistas” como disse Mia Couto possam subjugar as leis que empresas sérias e governos fiscalizados (no mínimo pelo Ministério Público) que cumpram as leis (sejam elas boas ou não, adequadas ou exageradas).

Por final, mas não menos importante, no mesmo dia (08/05), ampla reportagem no jornal “O Globo” mostrou a situação calamitosa que se encontram as obras do PAC (aliás, não só de infraestrutura). Embora o ex-presidente Lula, o malabarista, o ilusionista tenha esbravejado culpando as licenças ambientais pelos atrasos, a extravagância de suas atitudes chegaram a beirar o ridículo, o próprio “ditador da republica das bananas”. Nada disso foi verdade. Tudo fez parte do processo hipócrita para eleger sua candidata. O fato é que: se existem leis, devem ser cumpridas e se não forem adequadas, que sejam mudadas. Nesse caso, dessa reportagem, Lula mais uma vez errou colocando a culpa na demora da liberação das licenças públicas.

Juntando as três reportagens só posso concluir que estamos longe, muito longe da integração entre o planejamento e crescimento com Preservação e Controle do Meio Ambiente (aliás, para mim, esse assunto remete ao “filósofo” da noite carioca da década de 70 – Stanislaw Ponte Preta que criou o então famoso “Febeapá – Festival de Besteiras que assombram o país. Longe de pensar que conservar o ambiente que vivem seja besteira. Besteira é a completa desordem tanto na normalização como na correta interpretação do que isso significa.

Voltarei ao tema com o assunto “GREEN LOGISTICS & SUPPLY CHAIN”.

J.G. VANTINE
Vantine Logistics Solutions

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