08/06/2011 – 1986 A 90 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – ACELERANDO O RELÓGIO… / CADEIA DE SUPRIMENTOS
VIVENDO A LOGÍSTICA
1986 A 90 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – ACELERANDO O RELÓGIO…
Por definição, o fluxo de informações integra o processo logístico. Por experiência, ninguém duvida disto. Assim passamos a uma retrospectiva.
Anos 50 – “Cérebro Eletrônico” – Nessa semana (mai/2011) reencontrei novamente na mídia este termo. Nos anos 50 era o termo usado para processadores eletrônicos industriais. Conheci o assunto ainda criança, nas leituras regulares da “Seleções do Reader Digest”. Nesta época o assunto Logística era incipiente no mundo empresarial e de fato, meus caminhões eram de brinquedo, evidentemente.
Desde 67 o processamento de dados me chamou a atenção. Cursos de Cobol, Assembler que me lembre, atraiam a juventude. Em 69 entrei no varejo na busca de oportunidades neste tema, mas acabei preferindo ficar na área de Armazenagem e Transporte. Atuar na área do CPD Centro de Processamento de Dados, nome da época para Tecnologia da Informação – TI, acabou ficando para trás. Sete anos depois o Pão-de-Açúcar comprou a Eletro (ERB – EletroRadioBraz);
1976- Assisti deslumbrando o avanço do processamento massificado. Áreas como Contabilidade e Faturamento foram engolidas pelo avanço tecnológico. Datilógrafos eficazes foram despedidos. Arquivistas, paredes sim, remoções de divisórias, davam a cara aos novos cenários e ambientes administrativos. As notas fiscais de transferência, eletrônicas e, claro, autorizadas por Regime Especial, traziam duas informações fundamentais, Peso e Volume das mercadorias. Esta fusão não foi um passo, foi um salto: Jumbo-Eletro! Pão-de-Açúcar com sistema computadorizado de processamento e a ERB com vendas de eletrodomésticos e móveis, principalmente, e experiência no atendimento a clientes, além da primeira Central de Distribuição do país.
1986 – Dez anos se passaram nesta mesma rotina. Em desenvolvimento de projetos, a base de dados era tratada à mão, sim, com calculadora manual e papel quadriculado para elaboração de tabelas.
O ensino de programas que permitissem o uso da nova tecnologia se caracteriza principalmente pelo domínio do DBASE3 além de outros programas do gênero. Recusei-me a entrar por este caminho… Preferi aguardar evoluções cuja tendência já animava os mais otimistas. Foi com o uso de “pool” de computadores que tive contato com programas tais como Planilhas QuatroPro, Lotus 123, SuperCalc4, Apresentações de Slides HG – Harvard Graphics. Gosto de citar o Vander Nogueira da Cruz na iniciação destes conhecimentos. Convém citar que o HG veio auxiliar na produção de transparências de acetato (já ouviu falar?), material fundamental para apresentações.
Na parte de gestão operacional fui responsável por coordenar a implantação do software Trucks – Roteirizador. Muitos envolvidos temiam pelo seu emprego, o que dificultou a implantação. A utilização do sistema durou enquanto eu estive na empresa, certamente para evitar a substituição do homem pela máquina (…); WMS – Warehouse Management System, em suas mínimas funções, era apenas perspectiva de solução para nossos problemas cotidianos. Importante citar que a o comitê ECR Brasil trabalhava arduamente para implantação do código de barras, de forma sistêmica.
1988 – Minha proposta de um Sistema Gerenciador de Cargas para o CD Pão de Açúcar promoveria a integração de Armazenagem e Transporte, porém ficou no protótipo: muito caro para os padrões do varejo na época. TMS –Transportation Management System, não existia. Estavam surgindo programas de controle eletrônico do veículo – o tacógrafo eletrônico; já proporcionava controle de portas, tanque de combustível, principalmente, além do registro de velocidades e giros do motor (RPM).
1990 – Foi minha despedida do Varejo, após 21 anos, por questões estratégicas. Decidi atuar em Consultoria e com este sonho passei a trabalhar em uma empresa pioneira em Consultoria de Logística – VANTINE & ASSOCIADOS, hoje VANTINE SOLUTIONS. Foi o inicio de uma década muito importante para a Logística, principalmente devido à evolução de TI – Tecnologia da Informação e das Comunicações, reforçados pela multiplicação dos operadores logísticos.
Reiteramos que neste período citado de vinte anos a tecnologia da informação, associada aos avanços de comunicações, estava praticamente começando. Os outros 20 anos (1991 a 2011), muito mais próximos, vividos por mais pessoas ainda ativas, dispensam comentários. As inovações se sucedem ininterruptamente. Você já está com seu Ipad2? Trabalhamos contra o relógio.
1Datilógrafo = Especialista em datilografia. É a ciência e a arte de digitar textos através de um teclado.
C.B. MARRA
Vantine Logistics Solutions
PONTO DE VISTA
CADEIA DE SUPRIMENTOS
O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou Supply Chain Management (SCM) como ele é mais conhecido, revolucionou completamente não somente a forma de se comprar como também a produção e a distribuição de bens de serviços. Entretanto, em virtude dos sistemas cada vez mais complexos e do crescimento incessante da tecnologia de informação e de gerenciamento, a cadeia de suprimentos continuará revolucionando áreas como a administração de materiais, marketing, vendas e produção, sendo responsável, por exemplo, pela redução do tempo de estocagem e do número de fornecedores e pelo aumento da satisfação de clientes.
Apesar do uso de inúmeras ferramentas, como programação linear inteira, simulação por computador, engenharia simultânea e engenharia de processos, seus princípios básicos são facilmente compreensíveis.
O SCM, já incorporado ao jargão empresarial, nada mais é do que administrar o sistema de logística integrada a empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma complexa rede de fatores visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente.
A logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas vezes ao longo do canal de suprimentos através do qual as matérias-primas são convertidas em produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores. Como a fonte de matéria-prima, a fábrica e os pontos de venda não estão localizados no mesmo ponto geográfico e o canal representa a seqüência de fases da manufatura, as atividades de logística muitas vezes ocorrem antes que um produto chegue ao mercado. Mesmo aí, são repetidas uma vez mais quando os produtos usados são reciclados e voltam ao canal logístico.
Uma simples empresa geralmente não está habilitada a controlar seu fluxo de produtos inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até o ponto final de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente. Para propósito prático, a logística empresarial para empresas individuais tem um escopo estreito. Normalmente, o máximo controle gerencial que pode ser esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os canais de distribuição física. O canal de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço entre as fontes de material imediato de uma empresa e seus pontos de processamento. Da mesma maneira, o canal de distribuição física refere-se ao hiato tempo e espaço entre os pontos de processamento da empresa e seus clientes. Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o suprimento físico e a distribuição física compreendem atividades que estão integradas na logística empresarial. O gerenciamento da logística empresarial é também popularmente chamado de gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Embora seja fácil pensar em logística como gerenciamento do fluxo de produtos dos pontos de aquisição até os clientes, para muitas empresas há um canal logístico reverso que deve ser gerenciado também. A vida de produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente. Os produtos tornam-se obsoletos, danificam-se ou estragam e são levados aos seus pontos de origem para conserto ou descarte. O canal de logística reverso pode utilizar todo ou apenas uma parte do canal logístico, ou pode precisar de um projeto separado. A cadeia de suprimentos termina com o descarte final de um produto e o canal reverso deve estar dentro do escopo do planejamento e do controla logístico.
O gerenciamento da cadeia de suprimentos abrange o fluxo de mercadorias do fornecedor, através da fabricação e distribuição até o usuário final. O gerenciamento logístico está voltado para otimização de fluxos dentro da organização, enquanto que o gerenciamento da cadeia de suprimentos reconhece que a integração interna por si não é suficiente.
Até o final dos anos 80, a natureza relativamente fechada da maior parte dos mercados garantia maior previsibilidade ao funcionamento dos sistemas econômicos, sustentada na menor concorrência inter-empresarial e nos ciclos mais longos dos produtos. Nesse ambiente, a rentabilidade dos negócios requeria o gerenciamento eficiente de atividades isoladas como compras, transportes, armazenagem, produção e distribuição.
Essa trajetória registrou uma mutação radical na década de 90 com a intensificação articulada dos fenômenos da liberalização comercial, especialmente dos mercados emergentes, e da globalização produtiva e financeira em escala mundial. Esses dois movimentos vêm conferindo novos contornos à disputa competitiva entre as empresas, em face das necessidades de enfrentamento e superação dos desafios impostos à expansão, garantia de posição e/ou mesmo sobrevivência em estruturas de mercado altamente concorrências.
Diante desse quadro de mudanças, as organizações empresariais passaram a adotar estratégias de potencialização de oportunidades e de minimização de riscos, mediante tentativas de rápido cumprimento dos requisitos e/ou referenciais ligados, sobretudo à atualização tecnológica e à reestruturação gerencial. Ademais, as empresas procuraram introduzir inovações voltadas à multiplicação dos ganhos de competitividade, resultando na proliferação de fusões, incorporações e celebrações de alianças estratégicas.
DANIEL VANTINE
Vantine Logistics Solutions