VIVENDO A LOGÍSTICA

LOGÍSTICA MODERNA – 50ª EDIÇÃO

Tudo começou em fevereiro de 1991, com o então Jornal da Logística. Passado dois anos é transformado em Revista da Logística e em 1995 passa ser LOGÍSTICA MODERNA.

Com a missão de levar aos leitores uma publicação séria e comprometida em manter o meio empresarial informado sobre os principais assuntos pertinentes ao segmento de Logística, aLOGÍSTICA MODERNA em Agosto de 1997 comemorou sua 50ª EDIÇÃO.

Veja no link abaixo a história dessas 50ª EDIÇÕES repleta de muita Credibilidade e Sucesso!

LOGÍSTICA MODERNA – 50ª EDIÇÃO

J.G.Vantine


PONTO DE VISTA

ABASTECIMENTO URBANO: VOLTANDO AO ASSUNTO

Já tratamos exaustivamente deste assunto em outros editoriais, mas parece que a reação das empresas embarcadoras, bem como das empresas varejistas de qualquer natureza nada fizeram. Apenas verificamos a reação do setor de Transportes, principalmente através do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região que tem procurado negociar com as autoridades municipais da cidade de São Paulo.

No entanto, pouco resultado, conforme matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo de 18/06/08, no qual noticia que o Prefeito Gilberto Kassab manteve as mesmas diretrizes para proibição da circulação de veículos de carga na ZMRC – Expandida (ampliada de 24,5 km2 para 100 km2), incluindo os veículos especialmente projetados para o abastecimento urbano – VUC. “Num ato de bondade, a prefeitura abriu uma flexibilização temporária para que esses veículos circulem em regime de rodízio com base em “placa par e placa ímpar”, até o dia 31 julho próximo. A partir de agosto volta a proibição total com aplicação do mesmo conceito de rodízio dos automóveis, ou seja, permitida a circulação no intervalo das 10h00 às 17h00 com a PROIBIÇÃO TOTAL NOS HORÁRIOS DE PICO (das 07h00 às 10h00 e das 17h00 às 20h00).

O Secretário dos Transportes, Alexandre de Morais, afirma que essa flexibilização serve para que as empresas se adaptem à restrição mais completa sem ter suas entregas inviabilizadas!

Ora, o corpo técnico da prefeitura que embasa a decisão política demonstra desconhecer integralmente o que significa o abastecimento urbano (já tratado por nós sobre o título de “Last Mile”), que nem entende o sério impacto do aumento de custos e nem mesmo percebe o sério risco que corre a população, pois excetuando-se as grandes redes de varejo (que representam não mais do que 1% do total dos destinos da região abrangida pela ZMRC Expandida) nenhum ponto de venda está preparado para recebimento de mercadoria no período noturno. E posso afirmar isso com a máxima assertividade, porque já há muitos anos (no período de 1994 e 1998) criei e coordenei o Comitê de Distribuição Urbana com a participação de 15 entidades relacionadas com o tema abastecimento urbano, identificando 15 pontos de restrições, dos quais apenas um foi implementado, exatamente a criação do VUC. Os demais foram literalmente ignorados.

Reafirmo que este conjunto de medidas é uma ação precipitada e desprovida de qualquer análise técnica profunda porque o trânsito de São Paulo tem várias outras impedâncias mais severas do que os veículos de carga, entre elas:

– O crescimento populacional trouxe conseqüentemente crescimento da frota, não havendo correspondente crescimento da infra-estrutura das vias públicas, com algumas exceções como Nova Faria Lima, Água Espraiada, Túneis Rebouças e Cidade Jardim. Nada que se compare à necessidade de fluidez do tráfego urbano (em artigo em que escrevi há cerca de dois anos, afirmei que: “SÃO PAULO É UMA CIDADE ENFARTADA”);

– O excesso de veículos de passageiros circulando também é conseqüência do crescimento urbano com fortes ligações a falta de infra-estrutura, principalmente considerando que “as ruas são inelásticas, e que há falta de estacionamento”;

– Historicamente se reconhecem a indisciplina dos motoristas de carro de passeio, fechando cruzamento em especial;

– O mau planejamento do transporte de coletivos e a indisciplina de motoristas de ônibus (incluindo-se aí a especificação técnica e as dimensões do ônibus, e rotas);

– A já conhecida falta de investimento na expansão da rede de Metrô;

– Rede semafórica antiquada e inoperante.

Esperamos que as entidades representativas dos embarcadores, dos transportadores e dos recebedores se unam com seus corpos técnicos para mostrar aos técnicos e autoridades da prefeitura de São Paulo, que essas medidas não apenas paliativas como também não eliminam os problemas de congestionamentos, porque como afirmei anteriormente O CAMINHÃO NÃO É O VILÃO DO TRÂNSITO DE São Paulo.

J.G. Vantine

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