VIVENDO A LOGÍSTICA

AMYR KLINK NO LOGISPOINT

Abrindo o ano de 1996, e continuando fazendo a história da Logística, registramos nesta edição a primeira palestra dada pelo respeitado navegador AMYR KLINK sobre LOGÍSTICA. Realizado no mês de março durante o LOGISPOINT (O Clube da Logística idealizado e mantido pela VANTINE) abordou o tema “COMO O PLANEJAMENTO LOGÍSTICO CONTRIBUIU PARA O SUCESSO DAS CONQUISTAS DESTE GRANDE NAVEGADOR… e como aplicar sua experiência na Logística Empresarial”.

Conheça mais detalhes desta história no links abaixo.

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Matéria Revista Logística Moderna

J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

ABERTURA OU “APERTURA” DOS PORTOS

Foi comemorado no último dia 28 os 200 anos da abertura dos portos brasileiros para os países amigos, através da primeira decisão do Rei Dom João VI em solo brasileiro, mais precisamente na cidade de Salvador (segundo historiadores esta escala não foi prevista no planejamento original da fuga da família real de Portugal perseguida por Napoleão Bonaparte, na verdade foi estratégia definida durante percurso de caráter evidentemente político, e nada teve a ver com o que se registram em alguns livros que a esquadra sofreu forte tempestade se dissipou). O plano de fuga se analisado sob a ótica da época podemos até explicar o nosso Brasil de hoje, pois: (1) Abertura dos portos, cujo mentor, Visconde de Cairu, foi “moeda de troca” imposta pela Inglaterra e forneceu sua marinha real para proteção do traslado da esquadra portuguesa até o Brasil; (2) A escala em Salvador antes de fixar a sede do reinado no Rio de Janeiro foi pressão da Inglaterra que “desconfiava” que se chegasse ao destino final o Rei poderia não cumprir a exigência da abertura dos portos.

Alguns analistas atuais até comentam que essa decisão foi muito importante para a expansão comercial. E isso é verdade! O nosso país passou receber investimentos de indústrias e uma ampliação forte, especialmente nas exportações, e claro abriu espaço para, principalmente, os ingleses. Mas, segundo dados oficiais, 200 anos após essa abertura dos portos temos registros de que o Brasil representa apenas 1,14% do fluxo comercial global e tem projetado atingir 1,25% até 2010 (O Brasil é 10ª maior economia do mundo, mas é apenas o 24º maior exportador). A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério, Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil não tem uma das maiores tarifas média de importação, na casa dos 14%, mas se comparado aos EUA é muito maior, pois lá esse número é de 4%

Além dessa participação minúscula no comércio mundial, uma outra análise deve ser feita ao comemorar 200 anos da abertura dos portos, direcionamos o foco para os dias de hoje, que servem espaço para APERTURA DOS PORTOS, ou seja, a situação pré-enfarte nesta “coronária” de escoamento para Logística Internacional, o que temos abordado em vários editoriais anteriores. E vejo nisto um agravamento, pois tenho a sensação que o Secretário Especial dos Portos, o Ministro Pedro Brito, cheio de entusiasmo, iniciativas e boas idéias parece até sofrer boicote, pois pouca coisa consegue concretizar (a última noticia é que sua idéia do final do ano passado, em viabilizar as atividades de praticagem pelas Cias Docas já está sendo “detonada”). Na verdade tenho percebido no meio empresarial ligado com comércio e a Logística, que o Ministro Pedro Brito goza de muito boa reputação, mas já percebo também grande receio que os pentáculos do corporativismo executivo federal já estão “abraçados” a ele. Portanto, ao mesmo que comemoramos os 200 anos da abertura dos portos, nada temos a comemorar neste começo do século XXI, pois vivemos o momento da abertura dos portos.

J.G.Vantine

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