19/10/2007 – REENGENHARIA DA LOGÍSTICA & DISTRIBUIÇÃO / COMPANHIA DOCAS DE SÃO SEBASTIÃO
VIVENDO A LOGÍSTICA
REENGENHARIA DA LOGÍSTICA & DISTRIBUIÇÃO
No início da década de 90 foi criado pelo autor norte-americano Michael Hammer o termo “Reengenharia” a partir do seu livro “Reengineering Corporation”. Na verdade o que ele quis foi chamar atenção da necessidade que as empresas teriam para um realinhamento ao novo mundo (Globalização, Tecnologia da Informação, Internet, novos hábitos dos consumidores). Rapidamente o termo foi disseminado para muitas áreas, e por conta de uma compreensão distorcida aqui no Brasil, acabou ficando sinônimo de “Redução de mão de obra e níveis hierárquicos”.
Mas sempre antenado na evolução do mundo, realizei em maio/94 um Seminário denominado “REENGENHARIA DA LOGÍSTICA & DISTRIBUIÇÃO”, exatamente inspirado nas grandes transformações que iriam acontecer (e hoje sabemos que aconteceram). Claro porque a Logística passou a ser a área de transformar, e inspirei-me neste Seminário numa frase clássica de Michael Hammer “O problema é que as empresas do século XXI foram construídas no século XX com técnicas de gestão e operação do século XIX”.
Veja no link o conteúdo do Seminário.
J.G. Vantine.
PONTO DE VISTA
COMPANHIA DOCAS DE SÃO SEBASTIÃO
Tomou posse no último dia 15 a primeira diretoria executiva da Companhia Docas de São Sebastião – CDSS. Um momento histórico, pois pela primeira vez o Estado de São Paulo administra diretamente um porto, até então pertencente a esfera federal, embora gerenciado pela DERSA – empresa estadual vocacionada para Rodovias. E claro sem muita afinidade com questões portuárias.
Ao assumir a presidência da CDSS, Frederico Bussinger, profissional e executivo de múltiplas competências tanto no ambiente de governo como no ambiente privado, já definiu algumas diretrizes estratégicas, visando a dinamização deste porto.
Por indicação do CAP – Conselho de Administração Portuária fui eleito e também tomei posse como um dos seis conselheiros do Conselho de Administração. Tenho uma longa relação com o Porto de São Sebastião de minhas origens na General Motors, quando usei muito suas instalações tanto para importação de máquinas e equipamentos como para exportação de motores e peças. Há dez anos realizamos a primeira Conferência sobre Infra-estrutura Logística do Vale do Paraíba e Cone leste Paulista e um dos quatro temas profundamente debatidos foi o Porto de São Sebastião e seus acessos. E de lá para cá esse tema vai a debate dentro do evento LOGISVALE e com isso temos um completo cenário do histórico, evolução, ameaças, oportunidades, pontos fortes e pontos fracos.
Desta forma, já montei uma matriz de análise estratégica e pretendo submeter nas próximas reuniões os elementos fundamentais para atração das Companhias de Navegação e principalmente do que é mais importante para um porto: CARGA. E o foco segundo minha visão é:
- Estruturar o Porto de São Sebastião para uso prioritário da cabotagem estendida, ou seja, interligando de Manaus a Rio Grande e estendendo aos Portos do Uruguai, Argentina e Chile, e desta forma fazermos parte da nova geografia global do transporte marítimo.
- Direcionar de forma contínua e permanente o escoamento de automóveis das fábricas da GM, Ford e VW, localizadas em São José dos Campos e Taubaté.
- Atrair as chamadas “cargas de projetos”, ou seja, máquinas equipamentos, etc.
- Aprofundar estudos para instalação de infra-estrutura para exportação de álcool.
- Captar algumas linhas regulares de longo curso.
Não creio que estes pontos devam colocar o Porto de São Sebastião como competidor do Porto de Santos, até porque isso seria impossível, mas aproveitando o crescimento natural de 5 a 8% ao ano na movimentação de cargas, acredito mesmo que o Porto de São Sebastião é uma solução para o descongestionamento do Porto de Santos. Além do mais, entendemos que essa visão estratégica permitirá trazer de volta as cargas que as empresas do Vale do Paraíba e toda interlândia que se estendem pelo estado Minas Gerais e Centro-Oeste, além do estado de São Paulo, que hoje se utilizam dos Portos de Vitória, Rio de Janeiro, Sepetiba, Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí.
Há espaço para todos e São Sebastião começa agora a ocupar o seu.
J.G. Vantine.