VIVENDO A LOGÍSTICA

1991: O INÍCIO DO CICLO VINDOURO DA LOGÍSTICA

Terminamos a década de 80 com fato marcante, em especial pela transição de TRANSPORTE PARA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA.

Estamos iniciando a década de 90, politicamente marcada pela eleição e posse do Presidente Fernando Collor, que introduziu o Plano Collor da “saudosa” Zélia Cardoso de Melo, retirando todo meio circulante do brasileiro. Independente de questões partidárias, o Presidente Collor deu uma grande contribuição para a Logística do Brasil, pois quando ele disse a frase os automóveis brasileiros são parecidos com carroças”, introduziu o país na globalização altamente competitivo. E isso foi suficiente para direcionar os anos que viriam a seguir, tirando a Logística das quatro paredes.

Foi dada a largada para a LOGÍSTICA INTEGRADA!

E para darmos início desta fase, coloco para sua leitura um artigo que publiquei no Jornal “O Estado de São Paulo”no dia 15/01/91, já preconizando a Produtividade ampla empresarial criada no seu terceiro eixo: LOGÍSTICA.

J.G.Vantine

Matéria: Afinal, o que é Produtividade?


PONTO DE VISTA

DUTOVIA, SOLUÇÃO CUSTOMIZADA

Nas últimas semanas, a imprensa tem divulgado diversas reportagens sobre dutos, particularmente para abordar a idéia da construção de um mega gasoduto ligando a Venezuela à Argentina, beneficiando também o Brasil.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que o modal de transporte dutoviário não se resume ao escoamento da produção de gás natural. Por dutos, podem ser transportadas também outras cargas. Cito como exemplo o caso do alcoolduto, em fase final de estudos, para breve implantação, que vai escoar a produção do Centro-Oeste para pólos econômicos importantes do Estado de São Paulo (Ribeirão Preto, Paulínia e Taubaté), chegando até os portos de São Sebastião (SP) e de Sepetiba (RJ). A partir daí, será feita a exportação para os grandes mercados consumidores da Ásia, EUA e Europa. O Brasil, como importante player deste mercado, acerta ao implantar a solução dutoviária, que vai garantir nossa competitividade no mercado internacional, sobretudo na concorrência com a Austrália, outro grande exportador de álcool – mesmo levando-se em consideração os longos percursos a serem percorridos por navio para atingir o mercado externo, pois, como já ensinava o grande mestre Eliezer Batista, quando comandava a Companhia Vale do Rio Doce, as grandes.distâncias não devem assustar a economia brasileira.

Já no caso do grande gasoduto para ligar a Venezuela à Argentina, análises acadêmicas têm demonstrado as vantagens do transporte marítimo, com embarcações semelhantes aos petroleiros. Neste caso, o navio é melhor que o duto, porque é mais viável economicamente e, pelo menos em tese, apresenta menos riscos ao meio ambiente. Do ponto de vista econômico, embora o investimento inicial em dutos possa ser de menor monta (já que o maior desencaixe se refere ao capital para implantação das vias de transporte), a navegação marítima traz maior flexibilidade e a vantagem de abastecer com gás toda a costa brasileira, com a maximização da distribuição.

De outro lado, o transporte por dutos do gás boliviano para o Brasil tem se mostrado bastante eficaz, o mesmo se podendo dizer da exploração de gás de Urucu, na Amazônia, para que o transporte se faça por dutos para Manaus (solução que se revelou melhor do que a alternativa fluvial).

O que quero deixar claro, em suma, é que o duto, a priori, não é melhor nem pior do que qualquer outro modal de transporte. É preciso analisar caso a caso, para avaliar qual a solução logística traz mais vantagens, levando-se em conta aspectos econômicos, ambientais, sociais etc. A palavra-chave na escolha do modal de transporte, portanto, é CUSTOMIZAR.

J. G. Vantine.