11/05/2005 – SISTEMA LOGÍSTICO – III / VALORIZAR CONSULTORIA NACIONAL
VIVENDO A LOGÍSTICA
Em continuidade à nossa edição anterior, damos prosseguimento nos artigos publicados no Jornal “O Estado de São Paulo”.
SISTEMA LOGÍSTICO – III
CONCEITO E FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA – CUSTOS
Um sistema de logística integrada não acrescenta ganhos. Reduz custos. Aumenta, portanto, a margem de lucros da empresa.
Se partirmos da formula P= C + L, onde:
P = Preço de Vendas
C = Custos
L = Lucro
Podemos concluir que L = P – C.
O fator C pode ser decomposto em custos fixos e custos variáveis. È sobre este último que o sistema de logística integrada incide diretamente, ao racionalizar os processos de distribuição e, com isso, permitir o aperfeiçoamento do desempenho operacional e mercadológico da empresa.
A falta de um produto para atender o consumidor leva à perda da venda e mesmo do cliente.
Resulta, portanto, no custo de oportunidade, sanado por uma estratégica correta de distribuição. Do ponto de vista interno, essa estratégia reduz gastos, pois permite a adoção de roteiros mais econômicos ou a melhor utilização do espaço interno do veículo ou dos equipamentos de movimentação e armazenagem.
De outro lado, a falta de material para atender às necessidades da produção gera a ociosidade das máquinas. A manutenção de grandes armazéns com espaços ociosos para atender à demanda sazonal, porém, pode aumentar desnecessariamente os custos fixos da empresa. Já a aquisição de material aumenta o imobilizado e, em conseqüência, reduz sua liquidez. Uma estratégia que integre o controle de estoques às necessidades de produção e distribuição, no entanto, garante o abastecimento satisfatório e, ao mesmo tempo, libera recursos que podem ser aplicados em atividades mais rentáveis.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado à área de produção. Os custos totais de uma fábrica são estimados para determinado nível de produção. Se ele permanece aquém das expectativas, gera a ociosidade; se as supera, pode levar ao aumento de custos indiretos e ao conseqüente impacto no custo unitário.
Por exemplo, devido ao congestionamento por acúmulo ao excesso de produção, aumento dos tempos de espera e de estoques em processo, ou do volume de estoque de produtos acabados por causa da insegurança de entrega.
Nesse caso, torna-se necessária a obtenção de novo ponto de equilíbrio em que a quantidade produzida dilua os custos fixos sem afetar os variáveis. É o momento em que muitas empresas ampliam suas instalações ou adquirem equipamentos que permitam a substituição de processos manuais pelos mecânicos e destes pelos automatizados. As operações com máquinas, ferramentas, por exemplo, podem ser feitas à mão para gerar poucas unidades. Um número um pouco maior de produção pode levar ao uso de máquinas e equipamentos especiais. Séries muito grandes justificam o uso de linhas especiais de montagem e produção, ou o uso de máquinas especiais e caras. O custo de preparo inicial seria elevado, mas o custo unitário adicional muito baixo.
Em síntese, dentro de uma empresa podem-se apontar como áreas que têm seus custos reduzidos pelo projeto de logística:
Administração de materiais/suprimento
Armazenagem de materiais (insumo, processo e final)
Movimentação de materiais (insumo, processo e final)
Transporte e embalagem de produtos finais
Processos industriais
É importante notar que todas elas podem requerer investimentos iniciais para posterior redução de custos. O retorno desses investimentos, porém, não pode ser medido apenas pelos métodos convencionais. Muitas vezes, são intangíveis, como acontece com o aumento da velocidade ou qualidade de transmissão de informações ou com a venda de determinado produto, porque ele se encontrava na hora e local adequados. Por isso, quando se checa o desempenho do projeto logístico, deve-se pensar, também, em termos de disponibilidade, capacidade, qualidade, onde:
Disponibilidade é a condição para atender às necessidades de produtos e materiais;
Capacidade é o intervalo de tempo entre a identificação e o atendimento do pedido
Qualidade é a condição para se manter as qualidades originais dos materiais e produtos, evitando danos e avarias.
Continuamos na próxima edição.
PONTO DE VISTA
VALORIZAR CONSULTORIA NACIONAL
Em notícia publicada no site de LogísticaIntelog , vemos que mais um Estado contrata empresa de consultoria em Logística no exterior.
Anteriormente a Secretaria dos Transportes do Estado contratou empresa francesa para desenvolver estudos de planejamento e localização dos denominados CLI – Centro de Logística Integrada. Em recente evento, questionei pessoalmente o Secretario Sr.Dario Rais, que não foi convincente em sua explicação.
E desta feita, o Governador do RS contrata a empresa espanhola ( ADVENTURA LOGISTICS GROUP ), para a um custo U$ 250 mil, definir no prazo de 180 dias a localização daPLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL do RS, dentro do “Plano Estratégico de Transportes/RS”.
Pelas informações, este valor é um financiamento a fundo perdido feito pelo governo espanhol a partir de uma visita do governador Rigotto na cidade de Saragoza na Espanha. Ora, é uma leviandade imaginar que o governo espanhol coloque quase R$1milhão a fundo perdido. Atrás disso virão aquisições a serem feitas na Espanha.
E enquanto isso, e falo em nome da minha empresa VANTINE LOGISTICS SOLUTIONS,nem sequer do alto de seus 20 anos, mais de 600 projetos, é consultada ou mesmo convidada a participar de uma concorrência.
Trabalhos desta natureza poderiam ser realizados por empresa brasileira como aVANTINE , num prazo máximo de 120 dias e num valor máximo de €50 mil.
Alerto a quem possa ler, que na área de Logística o Brasil não precisa buscar soluções em outros países, salvo se em projetos de engenharia construtiva em Portos ou Aeroportos (E mesmo assim acredito que a engenharia nacional hoje tem plena competência técnica).
J.G.Vantine