22/12/2004 – 1988: COMEÇA A NASCER O PBR / 2005: SERÁ QUE AGORA VAI?
VIVENDO A LOGÍSTICA
1988: COMEÇA A NASCER O PBR
Uma das maiores contribuições da VANTINE para a operação logística brasileira foi a criação do Palete Padrão Brasil PBR. E para aqueles que não conhecem a história ou para aqueles profissionais que estão entrando na logística nesta edição do VANTINEWS,estamos reproduzindo artigo de autoria de José Geraldo Vantine publicado no jornal O Estado de S. Paulo no dia 26/04/88. Merece uma análise e reflexão!
“Palete: a solução racional”
Na edição do dia 24/01/84 de “Marinha Mercante em todo o mundo”, assinei um artigo intitulado “Palete: uma boa idéia que pode não dar certo”, no qual apontava os sérios problemas a serem enfrentados para a implantação de um Sistema Nacional de Distribuição Paletizada, principalmente, por 2 fatores: a) uso inadequado do palete, distante de sua concepção original de ser um elemento de interface da distribuição física, b) Total ausência de padronização de formas e dimensão.
Em outras edições deste mesmo jornal, além de inúmeras publicações em outros meios de comunicação, além de numerosa conferência e cursos, nos quais tenho oportunidade de debater o assunto, venho pregando, nestes últimos 10 anos de experiência profissional como consertos de logística, da necessidade fundamental de se definir o palete standardque permitisse as principais vantagens:
_ Redução do custo unitário pela economia de escala;
_ Intercambiabilidade entre produtores, transportadores e distribuidores;
_ Padronização de carrocerias de caminhões;
_ Desenvolvimento de projetos moduladores de embalagem;
_ definição da Unidade Padrão de Carga;
_ Racionalização de custos de distribuição e abastecimento;
_ Racionalização da ocupação volumétrica dos depósitos e armazéns;
_ Planejamento eficiente dos métodos de movimentação.
Não obstante, pouco ou quase nada se fez para mudar o panorama castico, no qual cada usuário, continua utilizando o palete nas dimensões e formas que atendam apenas suas próprias necessidades, demonstrando ausência da visão do sistema logístico. E com algumas raras exceções, os técnicos, planejadores, ou fabricantes, conseguem visualizar o alcance da necessidade imperiosa de se estabelecer um modelo padrão de palete para atender o sistema nacional de distribuição física.
É importante ficar claro ao leitor, outros aspectos importantes na questão:
1. A definição do palete padrão não implica no seu uso exclusivo, até porque isso seria utópico, mas significa atender à grande massa de bens de consumo em circulação.
2. Dentro de pouco tempo, a integração comercial dos países latino-americanos caminhará em direção semelhante ao hoje existente Mercado Comum Europeu. Vai daí, é necessário que todos adotem o mesmo modelo de palete para permitir a integração operacional do continente.
3. O uso do palete para o mercado externo, não segue necessariamente o padrão do palete de distribuição até porque ele será do tipo “oneway” e deverá atender os requisitos básicos do país importador e as dimensões que permitam a otimização do frete na relação peso-volume, quer na carga geral quer na carga conteinerizada.
Continua na próxima edição...
PONTO DE VISTA
2005: SERÁ QUE AGORA VAI?
Existe uma distância abissal entre o discurso político das eleições e a realidade econômica do governo.Estamos falando de recursos destinados à infra-estrutura da logística do Brasilque neste ano que se encerra, apresentou-se com uma séria ameaça ao sucesso produtivo tanto das atividades industriais como do agronegócio. Parece que agora para 2005 o governo deve cumprir investimentos próximos de 5 bilhões de reais fruto de renegociação da metodologia de cálculo do superávit primário do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A questão agora é o estabelecimento das prioridades tendo em vista que a necessidade é maior do que esse valor, e na nossa opinião, considerando o transporte rodoviário responsável por 60% da carga transportada com a maioria da malha em péssimas condições, deve ser a primeira prioridade. Para isso, o Ministério dos Transportes deve analisar a logística sob ponto de vista estratégico e não meramente político, elencando a intenção de rodovias em eixo de escoamento, bem como o término de rodovias importantes como a BR101 tanto nos trechos Sul e Nordeste, como na Fernão Dias.
Outra prioridade essencial é o anel rodoviário de acesso ao Porto de Sepetiba, bem como o anel viário metropolitano de São Paulo e o anel ferroviário metropolitano de São Paulo. Em nossa opinião, a infra-estrutura para o modal marítimo de cabotagem deve ficar para iniciativa privada tanto para os interesses dos armadores como dos operadores portuários privativos.
Para o modal aéreo, não há com o que se preocupar, pois este está muito bem atendido pela Infraero.
Quanto ao fluvial, nossa opinião é que deve ser investido recurso apenas nas melhorias portuárias de Manaus e na navegação do Rio Amazonas.
Recomendamos que o Ministério dos Transportes estabeleça uma ampla análise em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e o Ministério da Agricultura, chamando também para debate os órgãos representativos tanto de usuários como de operadores, pois É AGORA OU NUNCA E NÃO TEMOS TEMPO DE ERRAR!