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Seis anos depois de criar o Comitê Permanente de Paletização, o Palete Padrão Brasil (PBR) ganha mercado e já participa com 36% do total produzido pelos fabricantes credenciados.

Linguagem única

Com o palete padrão, analisa Vantine, foi possível unificar e facilitar a linguagem entre os setores envolvidos na cadeia de distribuição. “A codificação saiu da esfera comercial para a área logística e de abastecimento”, diz. “Introduziu-se o código EAN-128, que é o código de barras da distribuição e que apresenta grandes vantagens operacionais”.

A explicação é simples: em vez do EAN-13m o código que vai impresso em cada produto final, a distribuição paletizada utiliza o EAN-128, colocando na carga de palete. Assim compra-se por palete, e não por unidade ou caixas de produtos.

José Geraldo Vantine, lembra que isso gerou a criação da Unidade Padrão de Cargas – UPC, facilitando muito a armazenagem. “Outra vertente levou à Unidade Padrão de Venda – UPV, unificando a linguagem e a movimentação e facilitando a negociação entre indústria e varejo”, explica ele.

O setor de transportes, também em consequência da padronização, passou a desenvolver carrocerias adequadas ao transporte de paletes, com lonas do tipo cortinas laterais. “A partir daí”, diz Vantine, “se chegou ao Veículo Urbano de Carga, modelo projetado especialmente para transporte urbano”

Mas há dificuldade também com relação aos fabricantes. “Tivemos notícias de que fabricantes não credenciados estavam produzindo PBR”, diz Vantine. “Mais do que isso, recebemos denúncias de que alguns credenciados estavam produzindo PBR fora da especificação, o que é inadmissível”. Isso levou o CPP a criar, em sua estrutura o Comitê de Auditoria e Qualidade.

“O Instituto de Pesquisas Tecnológicas, participante do CPP como órgão técnica, fará auditorias de surpresa nos fabricantes”, informa Vantine. “Se constatado, por meio de relatório técnico, que há deturpação das norma, o fabricante será punido com o cancelamento de seu credenciamento”.

Bebidas se integram

Um dos avanços mais significativos nesses seis anos do Comitê Permanente de Paletização foi a adesão, entre 1994 e 1995, do setor de bebidas. “Essa área sempre foi problemática para os supermercados”, comenta José Geraldo Vantine. “Cada fabricante vinha com seu modelo próprio de embalagem e de palete, o que complicava muito o processo de descarga e estocagem, mas isso está acabando”.

Associações de fabricantes do setor já fazem parte do CPP e acabou-se por criar o PBR-2, específico para bebidas (cervejas e refrigerantes). Por inspiração do Departamento de Logística da Abras, foi criado também, em 1992, o Comitê de Distribuição Urbana – CDU. No âmbito do CDU foi concebido um novo modelo de caminhão para operar na cidade de São Paulo. Com carrocerias especificadas para o transporte paletizado, o VUC – Veículo Urbano de Carga é utilizado exatamente por fabricantes de bebidas.

Revista SuperHiper Ano 22 – nº 251 Julho/1996