JORNAL-A-CRITICA

Gerando Vantine diz que o Amazonas deveria investir numa grife de produtos regionais e no turismo ecológico, grande filão da economia.

O consultor de empresa José Geraldo Vantine traço um cenário implacável para a Zona Franca de Manaus. Um dos apresentadores do Fórum do Amazonas que discutiu a globalização da economia patrocinado por entidade do comércio e da indústria. Vantine afirmou que o modelo esta superado e que a Suframa “mais atrapalha do que ajuda”. Vantine advertiu para a necessidade de desvincular a ZFM dos projetos de desenvolvimento do Estado.

Para o consultor, Manaus vive “uma realidade virtual”. Vantine classificou como anacronismo discussões como Processo Produtivo Básico. “O que tem a ver o PPB com maquiagem ou com índice de nacionalização?” questionou. Irônico, perguntou onde existe tanta competência para se definir PPB para tantos produtos.

Ex-consultor de empresas do Distrito Industrial, Vantine levantou dúvidas sobre a comissão criada para reestruturar a Zona Franca de Manaus composta por Adroaldo Moura, Samuel Hanah e Andrea Calabi”. “Não dá para equacionar o conceito de regulamentação da ZFM dessa forma“, argumentou.

Para ele, existe problemas de ordem estrutural como a complexidade burocrática e elevada caraga tributária. As empresas do DI, segundo ele, não atuam em sintonia com suas matrizes. “Não se vê investimentos de empresas locais”.

Cultura do Choro – Antes que pudesse ser bombardeado, Vantine fez questão de esclarecer que sempre foi “ferrenho defensor da ZFM“. Um defensor crítico. Na lista de sugestões a título de contribuição, o consultor insistiu na necessidade de mudança de cultura dos empresários. “Tem que parar de reclamar e procurar soluções“, propôs, sugerindo ainda uma união dos setores de indústria, comércio e serviços na briga pela manutenção. “Os fuzileiros tem que estar sempre alinhados”, argumentou.

Para ele, o Eizof teria que ser transferido imediatamente para a iniciativa privada, que dispõe de logística necessária para esse tipo de empreendimento. Também sugeriu a eliminação do PPB, que seria substituído por um sistema que atrelasse o volume de produção ao faturamento ou geração de emprego.

Desligar os planos de desenvolvimento do Amazonas da ZFM é tarefa emergencial segundo Vantine. “Nenhuma empresa do DI está preocupada com o Estado“, afirmou. Segundo ele, o governo deveria investir nos potenciais do Estado.

“Amazonas pode ser uma grife para uma indústria de produtos regionais e principalmente para o turismo ecológico, que é a grande filão da economia”.

Jornal A Crítica 20/07/1996 – Manaus