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Nos últimos 30 anos o varejo sofreu radicais modificações. Da simples condição de mercearia, ou de casa de retalhos, ou de loja de alimentos, passou, nesse período, a se agrupar em grandes cadeias. Os supermercados do Brasil, por exemplo, respondem hoje por 70% da comercialização de bens de consumo, contando apenas com 15%do total dos pontos de venda no país. Jose Geraldo Vantine, engenheiro industrial especializado em Logística e Distribuição Física e Planejamento Industrial, pioneiro na introdução da Logística no país e presidente da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management, analisa como é possível com um mínimo de custo total colocar um produto no mercado dentro de um conceito de qualidade.

O conceito de logística e de consultoria logística tem sido debatido ao longo dos anos e hoje se define como sendo a função sistêmica de otimização do fluxo de materiais e de informações de uma organização.

Normalmente logística integra uma ou mais atividades voltadas para áreas operacionais e gerenciais, ligando o ponto de origem da matéria prima até o ponto de destino do produto acabado, isto é, une fornecedor e cliente.

Portanto, a logística tem abrangência bastante grande, pois torna possível a criação de um sistema de fluxo continuo de produção. Podemos entender que no plano industrial três áreas são extremamente importantes: marketing, voltada para definição de mercado; produção, que atende as necessidades de manufatura e logística, que permite a integração harmônica entre as áreas e materiais, planejamento de produção e distribuição física,  de forma tal que no mínimo custo total seja possível colocar um produto no mercado dentro de um conceitos de qualidade.

Para  a logística, a qualidade tem significado maior que o simples valor intrínseco do produto – qualidade, no caso, é uma quantidade de valor que se agrega ao produto ou serviço a fim de satisfazer o usuário final pelo preço justo.

Assim, na visão da logística, qualidade vai além das características do produto, pois passa pela excelência do serviço de atendimento ao cliente.

Em consequência, a logística vê o atendimento ao cliente como a coordenação das ações operacionais, quer seja de planejamento de vendas, de planejamento de produção, para que o produto esteja no lugar certo, na hora e qualidade certas e pelo preço justo.

Quanto à produtividade, convém lembrarmos que no momento inicia-se a quarta onda do ciclo de produção. A primeira onda foi à fase do Taylorismo, quando se mediu o trabalho em relação ao homem e à maquina. A segunda surgiu com Maynard, nos EUA, momento em que nasceu o conceito clássico de engenharia de produção.

Após a Segunda Guerra Mundial veio a terceira onda, com o Japão, que necessitava recuperar rapidamente sua economia. Nos anos 70, concluindo um trabalho de mais de 20 anos, os japoneses, que mergulharam na busca de qualidade e produtividade, fizeram o que se pode chamar de uma nova revolução industrial.

Resta, finalmente, definir a quarta onda. Entendo que o conceito de logística e a importância que se verifica no custo da logística, criam esta quarta onda, a última do século 20 na qual vão se sobressair de forma muito intensa não somente o conceito de produtividade ampla empresarial, mas o da qualidade num aspecto mais abrangente.

Assim, será fundamental estabelecer a estratégia competitiva, que se norteará pelos aspectos globais não só da produtividade e qualidade, mas também do marketing total – a política de preços, e definição exata do produto dentro daquilo que o consumidor efetivamente necessita.

Essa quarta onda poderia ser chamada de onda de competência e é importante que sejam bem definidos, para cada segmento empresarial, os objetivos e as metas a serem atingida não importando se esse segmento for industrial, varejo, serviços e especialmente transporte.

Na quarta onde logística, marketing e produtividade ligada à qualidade são sinônimos de lucratividade. E o que importa para uma empresa dentro de um regime de competição na abertura do mercado mundial e da lucratividade – produzir com lucro para melhorar o desempenho global.

VAREJO: A DISTRIBUIÇAO EFICAZ

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Revista AGAS – Ano XI – Nº 101 – Outubro/91