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A parceria ainda não é uma estratégia adotada pelos supermercados, segundo Jose Geraldo Vantine, especialista em logística e distribuição física, da Vantine Consulting empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management, que falou do assunto na Abras´92 em palestra sobre  tema “Parceria de resultados e a eficácia dos lucros”. Para o consultor, parceria é uma atividade entre duas empresas, e a busca de resultados comuns tem de ser boa para todos. Segundo Vantine, o setor de supermercados tem se desenvolvido pela atuação de homens que tiveram talento e tino comercial muito acentuado, mas na verdade, daqui para frente, é tempo de considerar que junto com a arte e o talento deve-se também agregar ciência e a técnica.

Na opinião de Vantine, a única parceria existente entre a indústria de produtos de consumo e os supermercados é a parceria comercial, que ele coloca entre aspas “pois na verdade não é uma parceria, é uma disputa”. Conforme disse, isso é muito ruim, porque em nenhuma atividade econômica existe tanta interdependência como entre a indústria e o varejo.

De acordo com o consultor, existem falhas na indústria e falha nos supermercados. E lembrou que no momento, lamentavelmente, voltam a ocorrer as chamadas viradas de tabela, situação que se imaginava estar superada.

Vantine recordou ainda que os brasileiros tem o habito de supervalorizar os problemas e menosprezar as soluções. “A empresa nacional tem de estar preparada para disputar um campeonato nacional e não um campeonato regional. Daqui pra frente, sobreviverão aqueles que tiverem competência. Esta na hora de parar de reclamar e de se lamentar para efetivamente buscarmos soluções. Tanto a indústria como o varejo estão vivendo um momento de preparação para uma grande disputa ”, insistiu.

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Outra questão abordada com ênfase por Vantine, foi a questão do atendimento ao cliente. A qualidade do serviço, explicou, é um grande diferencial que o supermercado tem de explorar como vantagem competitiva. E citou o presidente da British Airways: “Mudar para uma cultura voltada para o cliente não é simplesmente uma questão de estabelecer novas missões, objetivos e metas. É mudar a fora como às pessoas sentem e o que elas valorizam”.

REVISTA SUPER HIPER – OUTUBRO DE 1992