15/12/2011 – “A VIDA NÃO ME COBRA O FRETE” – AGORA É CONTA-FRETE PARTE III / LIÇÕES DO NATAL
VIVENDO A LOGÍSTICA
“A VIDA NÃO ME COBRA O FRETE” – AGORA É CONTA-FRETE PARTE III
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda no final da década de 80 (século 20) proferi uma palestra num Congresso da NTC&Logística sob o título “TRC: PAGANDO MAIS E GASTANDO MENOS”. Certamente poucos entenderam a mensagem que era “Através do Planejamento da Logística para Suprimento (Inbund) e Distribuição (Outbound) é possível criar modelos de redes de abastecimento eficientes e eficazes, ao contrário da prática da improvisação”. Passados quase 25 anos a realidade não mudou, não obstante hoje existir melhor formação dos logísticos dos embarcadores, da melhor organização das ETC e principalmente com apoio das ferramentas de T.I. amplamente utilizadas. E há pouco tempo escrevi um artigo com o título “Tudo mudou para ficar como era”.
Esse não é um pensamento negativo, muito ao contrário eu procuro instigar as empresas para que estendam suas praticas de “Produtividade” para fora dos portões. No mínimo a cadeia logística de um embarcador é formada conforme diagrama sintético abaixo:
– Se a gente tira o Caminhão, tudo pára porque nesses elos inexistem outros modais disponíveis!
– Portanto, e isso eu questiono freqüentemente para nossos clientes (90% são embarcadores): Por que o Transporte não é configurado como elemento estratégico do seu negócio?
– Qualquer produto só tem valor quando chega nas mãos do usuário final (especialmente dos consumidores)
– A relação entre as partes sempre foi complicada devido ao “velho hábito da compressão do custo a qualquer preço” ao invés da introdução do “Gerenciamento Estratégico dos Transportes”. E nessa “briga” sempre desde a ETC que repasse o prejuízo para o TAC, conforme ilustro a seguir:
– E porque isso ocorre? Minha opinião com base na experiência no Brasil ( e em muitos outros países):
»Excesso de concorrência predatória no TRC, e com isso os Embarcadores se valem da lei de oferta-procura transformando-se em ameaça aos ETC;
»Ausência quase absoluta de “Contratos de Longo Prazo” com mínimo de 3 anos que permita ao ETC mais sustentabilidade econômico-financeira e com isso reduzir seus custos operacionais ou não. (É possível observar o sucesso de algumas ETC´s com seus clientes com uso de Contratos firmes de até 5 anos que permitem frota nova, veículos adequados e dedicados);
»Havendo contrato de longo prazo entre Embarcadores e ETC, essas podem aumentar a participação dos TAC – Agregados dando a eles o mesmo nível de remuneração , treinamento e status econômicos.
CONCLUSÕES:
1.) A CONTA-FRETE é m avanço, pois coloca o TAC na formalidade sócio-econômica;
2.) A CONTA-FRETE não elimina os problemas estruturais, salvo se “por milagre” os embarcadores possuem a entender que de nada adianta uma “super-logística” com um “transporte-pobre”;
3.) VAI SER DIFÍCIL FAZER COM QUE MAIS DE 1,5 milhões de Caminhoneiros possam entender principalmente o emaranhado de artigos da Resolução que regulamenta a CONTA-FRETE.
NO PERÍODO DA ENQUETE QUE REALIZEI CONFORME CITADO (SEGUNDA SEMANA DE OUTUBRO/2011), 100% DOS CAMINHONEIROS NUNCA TINHAM OUVIDO FALAR SOBRE A “LEI DA CONTA-FRETE” |
Assim como foi a Lei do Cinto de Segurança, Lei anti-fumo, e Lei-seca, se não for por conscientização no “bolso”, não vejo caminho natural para o pleno cumprimento porque só se fala de sanções e não de meios para fiscalização eficaz.
O respeito aos direitos e à pessoa do Caminhoneiro nasce no embarcador e pela ETC.
O RESPEITO AOS DIREITOS E À PESSOA DO CAMINHONEIRO É MAIS QUE UMA OBRIGAÇÃO LEGAL. É O RECONHECIMENTO QUE EMBARCADORES, RECEBEDORES E TRANSPORTADORES DEVEM TER NA IMPORTÂNCIA DELE NO SEU NEGÓCIO
JG. VANTINE
Vantine Logistics Solutions
PONTO DE VISTA
LIÇÕES DO NATALA palavra “final” sempre nos remete a avaliação, em todas as áreas de nossa vida. Pode ser no esporte, no fechamento do mês, do trimestre, do ano e até da vida, quando dá tempo. O Natal, em especial, nos remete também, mesmo que de forma pouco percebida ao futuro próximo. De origem religiosa, a influência desta data se ampliou para uma época, de grande apelo comercial, valendo para o mês, para o ano e também para os próximos quarenta e cinco dias. Há outros reflexos, mas os que indicamos já são suficientes para nossos comentários. Também em Logística, o Natal é um desafio. Se para Marketing e Vendas as campanhas são testadas, se para a indústria a aceitação de novos produtos é importante, para Logística a exposição de seu conceito toma conta de todos. Para atender os apelos da mente e do coração, “o produto certo, no local certo, na quantidade demandada por um custo compatível” é um conceito que está em tudo e em todos, sem estender os efeitos da cadeia de valor, que a todos agrada. Nem sempre executar um bom serviço custa mais, porém, certamente tem maior valor. A essência de administrar consiste em Prever, Organizar, Dirigir e Controlar. O planejamento é um ponto recorrente nas nossas avaliações porque sempre temos aprimoramentos a implementar nesta área. Quanto mais distante do consumidor, isto é, da venda, maior o tempo necessário para ações de planejamento. Desde a manufatura, como suprimento do comércio, os distribuidores e atacadistas até o varejo. Até este ponto a Logística deve ser tratada como estratégia, envolvendo estoques (localização, volume e sortimento), infra-estrutura de armazenagem, transporte, comunicação, atendimento ao cliente (entregas) e serviços de pós venda. A preocupação de organizar corresponde os aspectos táticos. Em havendo conhecimento da necessidade planejada, retardar a negociação e contratação ou comprometimento de recursos geralmente cria dificuldades quer seja no aspecto disponibilidade assim como no econômico. Para o comerciante Logística é despesa, não gera lucro, mas influencia para mais ou para menos, o resultado. A operação ocorre influenciada por fatores próprios e de terceiros (endógenos ou exógenos), planejados, esperados, imprevistos e improváveis. Tudo pode acontecer e precisamos estar preparados com planos alternativos e/ou complementares. Para os profissionais da área, o desafio é o tempo; implacável, inexorável, senhor do espaço, medidor de distâncias, indicador de resultados. O Tempo, essência da Logística. Aprenda com ele e com ela. Todas as ações que você executar devem ser comparadas a uma reta, que une dois pontos na forma mais rápida, curta e econômica, sem rodeios. Controlar a situação é mais importante do que apenas controlar a operação, porém são condições complementares. Procure as suas lições deste Natal, desta época de final de ano, cuja preparação pode demandar até um ano inteiro. O Natal era uma data, que virou uma época, que influencia o ciclo anual. É provável que as lições que você aprender poderão ser úteis desde o primeiro dia do ano e para o ano inteiro e também para sua vida profissional. “Papai Noel delivery tem muito a ensinar”. Logística: A Utilidade e o Valor do Tempo. C.B. MARRA |