VIVENDO A LOGÍSTICA

RESTRIÇÕES AUMENTAM PARA CIRCULAÇÃO DE CAMINHÕES EM SÃO PAULO E PREJUDICAM O “LAST MILE”

A Prefeitura de São Paulo através da CET determinou que a partir do dia 11/12/2011 os caminhões estarão proibidos de circular no chamado mini anel viário formado pela Marginal Tietê e outras nove artérias da cidade (o que deve inspirar, como sempre outras grandes cidades do país) em horário de 4:00 à 10:00 e 16:00 à 22:00. O duvidoso fundamento da CET é que a medida deve aumentar em 20% (?!) a velocidade media nessas vias.

A exceção fica para os VUC’s – Veiculo Urbano de Carga e por sorte, como visionário, a cerca de 15 anos criei um grupo de trabalho (CDU – Comitê de Distribuição Urbana) que resultou na criação deste veiculo.

É mais um duro golpe para a operação logística com sérios prejuízos para embarcadores e seus clientes, especialmente o varejo, pois com essa medida simplista outra vez o transportador é julgado culpado por uma situação de saturação de trafego, da qual é a parte menor. Excesso de automóveis, indisciplina dos motoristas de ônibus urbanos, falta de respeito dos milhares de motoqueiros (e seus acidentes), transporte publico de má qualidade e rede de metrô reduzida formam o conjunto de impedâncias ao trafego. Mas mexer com isso é mais complicado e politicamente arriscado!

Os dois primeiros impactos que identifico com essa nova medida são:

1. Onde ficarão estacionados os caminhões?

2. Qual o risco de desabastecimento? Observe que sobraram 4 horas comerciais (das 10:00 às 16:00) uma vez que o abastecimento urbano praticamente inexiste no período disponível (22:00 até 4:00).

Segundo dados da CET, dos 350 mil veículos que trafegam por dia na Marginal Tietê, só 20% é de caminhão e como usuário diário dessa via posso afirmar que eles continuam não sendo os causadores dos congestionamentos. Esses são causados por constantes acidentes de motos, a péssima sinalização de transito, e a geometria irregular dos traçados das vias (agulhas) e acessos as dezenas de pontes que cruzam o Rio Tietê.

Por isso continuo não concordando com essas soluções paliativas, simplistas e inadequadas.

Como venho afirmando ao longo do tempo: O VILÃO DO TRANSITO NÃO É O CAMINHÃO.

J.G. VANTINE
Vantine Logistics Solutions


PONTO DE VISTA

OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA

A definição da palavra Logística traz em sua essência o sentido de organização. Nem sempre podemos nos organizar rapidamente para algo que não pudemos prever. A tragédia ocorrida no Japão nesta ultima sexta-feira, relacionada a efeitos naturais demonstra a dificuldade de se “fazer logística” em condições extremas. Algo que envolve tantas pessoas não pode ser administrado de forma pragmática, uma vez que o tempo é escasso e o planejamento fundamental. Um fato não muito distante traz a falha Logística ocorrida no caso da enchente de New Orleans nos Estados Unidos. Os americanos com toda sua estrutura e status de maior potência do mundo deu uma pequena amostra de como pode ser falha a administração do tempo de resposta. Neste caso as autoridades demoraram cerca de uma semana para abastecer a população indefesa com água entre outros mantimentos. Voltando ao Japão em relação ao pior desastre de sua história, o mundo chocado procura em conjunto com as autoridades japonesas ajudar a restabelecer a ordem e prestar a ajuda necessária ao povo inerte com esta mudança tão drástica. Portanto, Logística pode ser simples, porém não fácil, e se esta estruturação não for capaz de agir de forma rápida e coordenada o número de mortes que já está sendo firmada como mais de 10.000 pessoas pode se tornar em catástrofe maior ainda.

MOISES FERELLA
Vantine Logistics Solutions

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