O CUSTO BRASIL E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS DIÁRIAS NOS NEGÓCIOS DO SETOR
Impossível falar sobre economia e mercado brasileiro sem mencionar um problema que diariamente afeta a vida das empresas de logística e comercio exterior no País: o “custo Brasil”. Termo utilizado para definir os gastos internos que só existem no nosso território nacional e que oneram os produtos e serviços tornando-os menos competitivos em relação aos similares no exterior, o “custo Brasil” tem tirado o sono de muitos profissionais do setor, principalmente aqueles que atuam no modal rodoviário. Além da precariedade das estradas, estão a carga tributária, os custos portuários, a ineficiente infraestrutura, os encargos trabalhistas, os financiamentos, a energia e telecomunicações, e a regulamentação governamental como alguns dos entraves sofridos pelo mercado nacional.
Para o presidente da Vantine Consulting, empresa de Consultoria na área de Logística e Supply Chain Management, José Geraldo Vantine, o “custo Brasil” afeta o transporte de cargas por dois fatores principais: a alta carga tributária e o alto custo de capital. “O preço elevado dos combustíveis e dos pneus fazem com que a carga tributária seja alta e o investimento para adquirir novos caminhões, por exemplo, também é alto”. Segundo o consultor, um fator se liga ao outro: as condições precárias da maioria das estradas do país desgastam prematuramente o transporte.
Questionado se a opção do governo federal, desde o mandato do presidente Juscelino Kubitschek, em optar por investimentos no modal rodoviário poderia ser um dos fatores que compõe o “custo Brasil”, VANTINE é categórico: “Essa afirmação é uma balela e normalmente só quem no conhece a historia do crescimento do pais é que fala essa bobagem. No se pode comparar a matriz de transportes do Brasil com outros como muitos fazem. Cada um tem suas realidades. Sobres os investimentos em rodovias, o maior e pior problema nem foi a falta de diretriz, mas especialmente o roubo gerado pela corrupção. Em 2012, mais uma vez, foi causando um escândalo no Ministério dos Transportes e no DNIT”, disse. Para ele, a redução dos juros de financiamento dos caminhões e a redução dos impostos indiretos de pneus e combustíveis são possíveis medidas para amenizar os gastos para o setor de cargas no país.
“Ainda ha outros entraves muito mais importantes e relevantes, como marcos regulatórios (modernização das leis trabalhistas e previdenciárias e mais claras)”, por exemplo.
Revista CargoNews- Ano XII- nº133- Janeiro 2012