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Apesar do atual grau de atraso do País na conceituação e trato das questões ligadas à logística integrada e ao intermodalismo, a próxima década deverá experimentar uma evolução forçada pelas próprias condições da economia mundial.

Uma análise histórica permite concluir que, sob o ponto de vista do transporte de bens de consumo existe de fato há muito tempo.

No entanto, sob a ótica da distribuição comercial, esta técnica tem passado nos últimos dez anos por um processo de aprimoramento tanto no aspecto operacional como econômico, normativo e do direito.

O transporte marítimo de longo curso é o grande impulsionador das evoluções tecnológicas do transporte intermodal. A sua maior contribuição foi com a introdução do contêiner, hoje equipamento obrigatório para racionalização operacional e de redução de custos. Enquanto nos países desenvolvidos é comum o uso do contêiner, no Brasil ele é utilizado apenas para pequena parte no transporte de bens para exportação, deixando de ser considerado no transporte de cabotagem.

Afinal, não se pode esquecer que alguns milhares de quilômetros distanciam o Sul do Norte do Brasil. Neste aspecto, entende-se que para a década de 90 o modal marítimo deva absolver maior atenção e maiores investimentos de infraestrutura portuária a fim de manter o Brasil alinhado às exigências do mercado internacional. Dentro deste âmbito, destaca-se especialmente a atenção para a introdução da nova geração de contêineres (high cube contêiner) bem como, a terceira geração de navios porta-contêiner com capacidade de acima de 4.500 TEUs, o que exige obrigatoriamente o aumento da produtividade nas operações de estiva e a consequente redução dos tempos de parada nos portos e respectivos custos de demourge.

Outro item a ser destacada é a aplicação da informática para planejamento e controle dos terminais de contêiner interligando em tempo real agências de Despacho, Usuários e Armadores, oferecendo a possibilidade da utilização de operações próximas do conceito Just-in-Time. O uso da informática, desta forma concebido, permitirá ainda a confecção de layout de pátios, planos de carda de navios e acompanhamento, instantâneo das situações das mercadorias. Não se deve esquecer que a década de 90 trará a comunicação mais veloz através da telemática.

Por outro lado, o transporte aéreo, talvez por ser o mais evoluído atualmente, e com base nas tendências já conhecidas das futuras aeronaves, não trará grandes inovações. No entanto, sob o ângulo da logística integrada, a distribuição interna de bens de consumo deverá evoluir para a combinação intermodal rodoaéreo como grande objetivo da redução de estoques estáticos.

José Geraldo Vantine é diretor geral da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management.

Revista CARGA – Ano V – nº 53 – Ano de 1989