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Palete

Em todas as oportunidades, tais como ministrando cursos, proferindo palestras ou participando de reuniões e debates, tenho pregado a visão sistemática da logística e da distribuição física, quer seja para um mercado interno, quer para exportação. Em síntese, em termos operacionais, na distribuição física são importantes as atividades ligadas à embalagem, movimentação de materiais, armazenagem e transporte, pois a integração perfeita significa racionalização da produtividade, redução de custos. No entanto, dessa afirmativa sintética e até simplista submergem duas realidades: a primeira diz respeito ao empirismo que seria o amadorismo, na forma como em nosso país essas atividades são vistas na maioria das empresas; a segunda diz respeito à desordenação no crescimento do setor, que necessita urgentemente ser orientado para uma abordagem sistemática. Ou seja: empresários que decidem, técnicos que executam projetos e o governo que normaliza e fiscaliza devem entender que nenhuma das atividades da distribuição são independentes.

IMPORTANTES:

  • Aumentar a eficácia das operações de movimentação;
  • Melhorar o aproveitamento volumétrico dos armazéns e depósitos;
  • Diminuir os índices de avarias das mercadorias causadas por embalagens inadequadas;
  • Aumentar o índice de aproveitamento dos modais de transportes.

E é sobre esse uso que temos debatido, pois na grande maioria dos casos, ocorrem dois problemas potenciais de extrema importância:

  • A utilização do palete no Brasil está voltada quase unicamente para a estocagem, não sendo utilizadas para a distribuição física, principalmente no transporte;
  • Existe uma excessiva particularização quanto às suas dimensões e formas, gerando uma incrível quantidade de modelos incompatíveis entre si.

Para superar especialmente esses dois problemas é que temo definindo a tese da “padronização do palete”, ou seja, a criação de um modelo-padrão, o “palete Brasil”. Os principais pontos de embasamento que fundamentam essa tese são:

  • Redução do custo de fabricação gerado pela escala na produção;
  • Rapidez no fornecimento, pois os fabricantes poderão manter estoque de paletes submontados (mercadoria na prateleira);
  • Intercambiabilidade entre as empresas, com perspectivas da futura formação do “pool de paletes”;
  • Redução no custo de equipamento de armazenagens (estrutura porta-paletes), que também poderão ser produzidos em maior escala para modelos standards, pois a variável determinante para o seu ponto é a dimensão do palete;
  • Racionalização nos projetos de movimentação de materiais, layout e fluxo interno;
  • Redução do tempo de carga e descarga dos veículos de transporte, com a consequente redução do tempo de permanência dos veículos;
  • Redução relativa dos custos de transporte com a otimização da densidade aparente de carga.

Concluímos que o palete como elemento de interface do sistema logístico é um instrumento de lucro através das reduções de custos operacionais, sendo, no entanto, se mal utilizado, uma arma perigosa que poderá liquidar a racionalização, sendo portanto uma grande ideia que pode não dar certo.

J.G. Vantine –Diretor Geral da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management.

Revista SuperHiper – Ano 15 – nº 2 – Fevereiro 1989