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É possível prever que a adoção de medidas que permitam o controle adequado ou redução de seus custos, tenham um impacto considerável sobre as contas de todo os sistemas.

Essas medidas passam, necessariamente, pela determinação de lote econômico, que é a quantidade de itens estocados capaz de diluir os custos fixos se onerar os variáveis, tornando os gastos totais com armazenagem compatíveis com a capacidade de empresa.

Os custos fixos de armazenagem são referentes a imóveis, máquinas e equipamentos. Quanto maior a ocupação do espaço, melhor será o retorno do investimento, pois menor será o custo unitário de armazenagem. Já os custos variáveis oscilam de acordo com necessidade de mão de obra, manutenção do imóvel e das máquinas e preço pago pelos produtos.

A partir de determinado volume estocado, porém, os custos variáveis tornam-se excessivo, elevando o custo unitário de cada item. São necessários, então, novos investimentos que, ao aumentar a capacidade dos armazéns, permitam a obtenção de novo lote econômico. E nesse processo que se passa da técnica manual para a mecânica e a seguir, para a automática, adotando medidas como:

  • Transferência do armazém para locais estratégicos, de forma a reduzir os gastos com transporte interno e externo. Por exemplo, a meio caminho entre a fábrica e o mercado consumidor ou entre a fábrica e o fornecedor;
  • Alterações na estrutura do armazém, dotando-o de plataformas, docas, que permitam a agilização das operações de carga e descarga;
  • Adoção de técnicas de unitização da carga;
  • Aquisição de equipamentos para movimentação da carga;
  • Desenho de novas técnicas de armazenagem, de forma a adequá-las às necessidades da empresa. Por exemplo, que não precisam movimentar a carga com muita freqüência, e estocam volumes auto-sustentáveis, podem adotar a técnica do auto empilhamento, que permite um alto índice de produtividade, mas pouca velocidade de movimentação. No outro extremo, quando o giro de mercadorias é muito algo, pode-se utilizar estruturas metálicas que recebem a carga paletizada. O índice de produtividade do espaço cai para cerca de 60%, mas é grande a mobilidade permitida no interior do armazém.

A curva dos gastos com estoques pode ser estudada na relação existente entre o volume médio de mercadorias e o custo unitário de sua armazenagem.

4.2 – Transporte

Uma das funções da Logística é dar às tarifas de fretes e ao custo total do transporte a sua verdadeira dimensão. Ou seja, integrá-los a outros elementos, de forma a permitir a obtenção da segurança do produto, e pontualidade nos prazos de entrega ao menor custo possível.

A planilha de custos da frota própria pode ser dividida em fixos e variáveis.

Nos fixos, estão incluídos: remuneração de capital (lucro que investimento tem que gerar – hoje, de 12% reais ao ano no mínimo); depreciação do capital (de, no mínimo de 20% ao ano); mão-de-obra (motorista e ajudante). Nos custos variáveis, incluem-se: combustível, lubrificantes, pneus, peças de manutenção e reposição. Qualquer redução de gastos diretos nesse segmento é, portanto, bastante difícil. E, mesmo na contratação serviços de terceiros, o quadro não se altera muito. Os itens que compõem o custo total da frota própria são substituídos pelas tarifas de frete. E a escolha de veículos inadequados ou em más condições em nome de sua redução pode comprometer seriamente a qualidade do produto transportado ou os prazos de entrega. Na verdade, para escolher uma transportadora, o item custo deve ser o último de uma lista de prioridades, que envolve capacidade técnica, idade média dos veículos e índice de manutenção da frota. Tradicionalmente, no Brasil, as empresas têm contado com três formas de administrar o transporte: frotas próprias, contratação de transportadoras ou de carreteiros independentes. Novas alternativas, porém, já estão surgindo no mercado. Uma delas é a transportadora especializada em cargas unitizadas: retira os produtos de diversos fornecedores, monta um lote com itens variados e o entrega a um mesmo comprador. Com isso, reduz os custos do fornecedor e evita problemas como as longas filas de espera para descarregamento que se formam na porta do cliente.

Jornal – O Estado de São Paulo – Publicado em 04 de outubro de 1988

J.G. Vantine – Engenheiro Industrial, consultor, professor especializado em logística, distribuição, movimentação, armazenagem e embalagem. Professor da OEA para América Latina. Diretor geral da Vantine & Associados, empresa especializada em Logística e Distribuição Física.

Diretor Geral da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management.