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Se o problema é buscar eficiência, porque não adotar na sua empresa os padrões gerenciais apoiados na logística? A tal sugestão, na sua maioria, os empresários brasileiros podem reagir somente com estranheza, pelo desconhecimento geral a respeito do conceito de logística.

Os baianos, porem, vão ter a oportunidade de saber mais sobre o assunto, com uma palestra do consultor José Geraldo Vantine, fundador da Vantine Consultoria, Empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management, que aconteceu em Agosto, na Casa do Comercio. Engenheiro industrial, Vantine é um dos divulgadores da logística no Brasil. A palestra é promovida pelo CESEC (Centro de Estudos Sócio Econômico), órgão da Federação do Comércio do Estado da Bahia.

Nova Estrutura

Segundo Vantine, presidente da Vantine Consultoria, Empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management, a logística é uma pratica gerencial comum nos países de economia mais avançada da Europa. De forma simples, ele explica que a adoção do conceito implica numa reestrutura e redefinição de funções dentro das empresas, objetivando o “incremento de eficiência e da produtividade”.

O conceito está relacionado, sobretudo com as ações voltadas para o planejamento, execução e controle de todo o fluxo de materiais para a produção, segundo o consultor, diretor da Vantine Consultoria, de São Paulo. Um modelo administrativo para uma empresa industrial moderna, a seu ver, comporta três estruturas gerenciais distintas: o marketing, a manufatura e a logística.

Na área de logística, conforma o modelo proposto, seriam desenvolvidas e planejadas todas as atividades, tendo em vista a melhor performance da manufatura (parte operacional da produção) e do marketing (definições do produto e dos canais de venda alem da previsão, promoção e realização das vendas).

Vantine, CEO da Vantine Consultoria, Empresa de Logística e Supply Chain Management, diz que a área de logística tem seu enfoque em três funções básicas: suprimento, planejamento da produção e distribuição. Ele diz que os modelos gerenciais vigentes possuem muitas distorções. Seria o caso, por exemplo, de uma diretoria de marketing e de uma diretoria comercial à parte, cujas funções são complementares. “é como jogar com dois goleiros e nenhum centroavante”, ele compara.

O presidente da Vantine Consultoria esclarece que a logística teve inspiração no chamado modelo “japonês”, que se desenvolveram no vácuo do esgotamento da cultura técnica e gerencial norte americana, dominante no mundo após a Segunda Guerra. “Pena que o conceito ainda não tenha sido compreendido no Terceiro Mundo, inclusive no Brasil”.

As exceções, conforme Vantine ficam por conta de grandes empresas situadas no Sul e no Sudeste do País. Cita como exemplo a malharia Hering e a Tigre, fabricante de tubos PVC, que já teriam adotado a nova configuração gerencial.

No currículo o consultor, conta uma passagem de 10 anos como supervisor da área de materiais da General Motors do Brasil. A data da palestra será divulgada posteriormente pelo CESEC.

Jornal A TARDE – Domingo, 23/06/1991