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Saiba o que é a logística, quais suas principais ferramentas e como elas podem ajudar a reduzir custos e melhorar a rentabilidade.

Empresarios de todos

Empresários de todos os setores estão constantemente procurando formas de aumentar sua rentabilidade. Na indústria manufatureira essa expansão está centrada no aumento da produção, que para ser incrementada, precisa de novas máquinas, mais matérias-primas e, eventualmente, mão-de-obra. Na indústria de água mineral, onde a produção física é naturalmente limitada e não há como dobrar a quantidade produzida de uma hora para outra, muitas vezes a melhoria dos resultados financeiros depende da redução de custos, racionalização e otimização dos processos. O caminho mais prático, para tanto, é o pleno uso da logística.

Logística envolve estratégias e todas as operações relacionadas à gestão de materiais e mercadorias, planejamento e controle de produção, movimentação de materiais, embalagem, armazenagem e expedição, distribuição física, transporte e sistemas de comunicação, que realizadas de modo preciso, podem gerar grandes benefícios.

Definida como “parte da arte militar relativa ao transporte, disposição e suprimentos das tropas em operações”, a logística tem sua origem no campo bélico. Nasceu da preocupação dos militares em abastecer tropas em combate com munições, alimentos, medicamentos e informações, além de estabelecer trincheiras em pontos estratégicos.

Na Segunda Grande Guerra, quando as forças em confronto empregam largamente a logística, estrategistas da área empresarial começaram a perceber que os princípios da logística militar poderiam muito bem ser aplicados com sucesso na guerra mercadológica. O tiro foi certeiro. Desde então, a logística deixou de ser tratada apenas no círculo militar para invadir mundo dos negócios, transformando-se no mais importante conjunto de ferramentas de operação e planejamento nas estratégias das empresas dos mais diversos segmentos da indústria, comércio e serviços. Por esta razão, milhares de empresários, executivos, técnicos e consultores em todos os pontos do Brasil estão, diariamente, em busca de soluções para melhoria da competitividade empresarial através de processos logísticos.

Mas assim como o marketing, que durante anos foi confundido com as atividades de vendas e publicidade, a logística ainda é confundida com o transporte e a distribuição, mas na verdade abrange um espectro bem mais amplo. Adotada no contexto empresarial na década de 80, a logística tem avançado sistematicamente possibilitando a eliminação de desperdícios, redução de custos e otimização dos processos de compra, produção e distribuição de mercadorias, influenciando cada uma das etapas ao longo da cadeia distributiva.

É através da logística que se define, por exemplo, o local mais adequado para instalar uma fábrica ou um centro de distribuição.

É através da logística que se define, por exemplo, o local mais adequado para instalar uma fábrica ou um centro de distribuição, levando em conta aspectos como a facilidade de suprimentos das linhas de produção e o escoamento das mercadorias até os consumidores. Na mesma medida é através da logística que se traçam os métodos para melhoria do gerenciamento de estoques e frota, planejamento de produção e metodologias de expedição e separação de produtos. Com a globalização da economia e, particularmente, no caso brasileiro, com a estabilização, que impôs novos paradigmas ao mercado, a logística tem tido papel predominante no sucesso de algumas empresas.

“Mesmo que o distribuidor ou engarrafador de água mineral tenha apenas um pequeno estoque ele deve se preocupar em ampliar conceitos logísticos porque é o dinheiro que está ali parado”, explica José Geraldo Vantine, consultor de empresas e presidente da Vantine & Associados, especializada em consultoria logística e empresarial. Ao empregar alguns conceitos logísticos, a empresa tem condições de dimensionar melhor seus estoques, ter domínio total dos seus negócios, desenvolver novos clientes e oferecer melhores serviços. Um dos princípios básicos da logística é a unitização de carga. Ou seja, organizar cargas e uni-las de forma a facilitar seu transporte e manuseio. A principal ferramenta de unitização é o palete, uma estrutura horizontal semelhante ao estrado, geralmente de madeira, mas que pode ser feita de diferentes materiais. Seu principal benefício é agilizar o tempo de movimentação das mercadorias. Enquanto uma carreta de produtos não paletizados pode demorar um dia inteiro para ser descarregada, o mesmo veículo com mercadorias paletizadas leva máximo uma hora para ser esvaziado.

Além disso, a paletização permite a verticalização dos estoques, através de estruturas especialmente desenvolvidas para receber paletes, maximizando o aproveitamento dos espaços. Outra vantagem é que as cargas paletizadas tem maior estabilidade quando transportadas, reduzindo consideravelmente os problemas causados por embalagens danificadas.

O transporte e o manuseio das cargas paletizadas são feitos através de uma grande variedade de equipamentos de movimentação, que vão desde uma empilhadeira convencional, até sofisticados sistemas de Transelevadores computadorizados. As empilhadeiras diferem entre si em termos de propulsão (podem ser movidas a gás, diesel, eletricidade, gasolina e álcool); em termos de dirigibilidade (são encontradas em modelos frontais, laterais, trilaterais e quadridirecionais) entre outros. A escolha de um outro modelo, às vezes, vai além da questão financeira: depende da aplicação que se pretende fazer, das dimensões da área de armazenagem onde serão utilizadas e as características do ambiente.

Nas empresas distribuidoras de água mineral, as ferramentas logísticas podem estabelecer o grande diferencial competitivo que as companhas procuram. O mercado oferece uma série de recursos tecnológicos que dão suporte a todas as operações de recebimento, armazenagem e entrega. São softwares de gerenciamento que indicam os locais onde se deve armazenar ou retirar as mercadorias, roteirizadores de frotas, que definem o melhor roteiro a ser percorrido pelos veículos, a fim de diminuir os tempos de entregas; rastreadores via satélite, que acompanham o trajeto dos caminhões e consumidores de bordo, que estabelecem comunicação direta entre o motorista e a empresa, entre muitos outros.

A adoção de um ou outro sistema traz benefícios importantes, mas é na implantação de todas eles integrada que está a possibilidade de redução de custos na cadeia de suprimento. O resultado é aquilo que todo empresário deseja para os seus negócios: controle absolutos dos níveis de estoque, informações precisas sobre todas as suas atividades, otimização de espaços, aumento da produtividade e, consequentemente, maior rentabilidade.

Revista ÁGUA MINERAL – Fontes, Distribuição & Consumo – Ano 1 – nº 1 – Junho/1997