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Há formulas e mais formulas para se aumentar a eficiência do sistema de distribuição nas grandes metrópoles. Desde ampliar o numero de vagas para estacionamento de caminhões e distribuir melhor as entregas ao longo do mês até agilizar o processo de conferencia de documentos e instituir horários mais flexíveis de recebimento de mercadorias.

Nos últimos seis anos, a frota de veículos cadastrados pelo departamento de transito da cidade de São Paulo aumentou40%. O sistema viário da região, entretanto, permaneceu praticamente inalterado, quase com o mesmo desenho de 1987. Esse descompasso explica em boa parte por que a velocidade média dos veículos tem caído tanto nos últimos tempos. Nos principais corredores da região metropolitana de São Paulo, a velocidade média foi reduzida à metade nos últimos dois anos, minguando de 60 para 30 quilômetros por hora. O impacto dessa queda sobre o sistema de distribuição não poderia ser mais nefasto. Nas principais metrópoles brasileiras, o numero de tarefas (coletas ou entregas) de um veículo de carga está reduzido hoje a um terço da media de cinco anos atrás. Em São Paulo, por exemplo, as idas e vindas de um caminhão não passam de 15 por dia, quando em 1988 chegavam a 47.

Relacionar todos os problemas da distribuição urbana à falta de obras viárias é uma saída simplista. Faltam nas grandes cidades vagas em numero suficiente para a carga e descarga, os caminhões não são um veiculo adequado para pequenas entregas num transito pesado como o das grandes metrópoles e há ainda a concentração das entregas no final do mês, o que acarreta horas e horas de espera no descarregamento e, indiretamente, mais custos.

Um fato que complicou ainda mais a vida de quem faz entregas nas grandes cidades foi a combinação da delicada conjuntura a econômica brasileira com a descentralização das atividades do setor supermercadista, destinatário do grosso das mercadorias entregues no país. Com o aumento da inflação e a insistência do governo em editar pacotes econômicos, os supermercados, que sempre trabalharam com grandes depósitos, onde centralizavam tudo, passaram a trabalhar com depósitos menores, anexos ás próprias lojas. “Essa nova realidade provocou um impacto no programa d distribuição, na relação do fornecedor com o supermercado”, diz José Geraldo Vantine, diretor geral da Vantine Consultoria, Empresa de Consultoria Logística e Supply Chain Management e coordenador do Comitê de Distribuição Urbana (CDU), um grupo criado por iniciativa da ABRAS no começo de 1992 para analisar soluções para a questão do abastecimento nas grandes cidades. Vantine, presidente da Vantine Consultoria, estima que nos últimos anos os supermercados encolheram seus depósitos entre 60 e 70% em termos de área.

Em decorrência da diminuição dos depósitos, os supermercados passaram a comprar mercadorias em menor quantidade e com mais freqüência. Em vez de comprar quilos e quilos de um mesmo item de uma única vez para abastecer seu deposito central, o auto-serviço passou a parcelar suas compras por loja. Com isso, aumentaram as viagens e o numero de caminhões nas ruas. Vantine calcula que hoje 30 a 40 % mais veículos de carga distribuam as mercadorias.

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Matéria REVISTA SUPER HIPER – Março 1993